terça-feira, junho 07, 2011

Covilhã encerra aeródromo para instalar centro de dados da PT

O encerramento do aeródromo da Covilhã para instalação de um centro de dados (data center) da Portugal Telecom é contestado por alguns pilotos, professores e alunos de Engenharia Aeronáutica da Universidade da Beira Interior (UBI).
O investimento da Portugal Telecom (PT) vai rondar 30 a 50 milhões de euros e, segundo o presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Carlos Pinto (PSD), «não há alternativa» para a construção daquela infra-estrutura.

O empreendimento será um dos maiores centros de armazenamento de dados da Europa e vai apostar na exportação de capacidade de armazenamento e aplicações, anunciou a PT em Fevereiro.

Um total de 1.813 pessoas já assinaram uma petição criada na Internet pelo Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeronáutica da UBI contra o encerramento do aeródromo «que os alunos usam regularmente», refere o documento.

Entre outras actividades, as duas pistas são palco de exercícios da Força Aérea, acolhem meios de combate a fogos e servem para testar aeronaves criadas na universidade - a única para além do Instituto Superior Técnico com formação em Aeronáutica no país.

Pedro Gamboa, presidente do Departamento de Ciências Aeroespaciais da UBI adiantou à Lusa que estão a decorrer «conversas com a PT para tentar conciliar o aeródromo e o ‘data center’» e lamenta não ter recebido «nenhum contacto da autarquia».

O docente considera que o investimento da PT é pretexto para a Câmara aproveitar uma área maior para fins urbanísticos, desprezando «um dos melhores locais do país para planadores, voo à vela e instrução».

A universidade, o Aeroclube da Covilhã e investidores «quiseram criar um centro de voo à vela no aeródromo há dois anos, mas a Câmara não autorizou», lamenta, numa queixa partilhada por Júlio Diniz, director do Aeroclube.

A associação recebeu uma carta do município para abandonar o aeródromo até 15 de Setembro, à qual vai responder que «não faz sentido que se perca esta infra-estrutura».

José Aguiar, arquitecto, piloto e instrutor de planadores, campeão nacional e em Espanha, pede «bom senso» e recomenda que, mesmo que as obras arranquem, «seja poupada a pista principal do aeródromo até que haja uma pista alternativa», que diz custar «cerca de 200 mil euros».

A Serra da Estrela confere à Covilhã «um microclima único para voo e instrução na Península Ibérica e na Europa, uma localização que não se pode perder e que tem todas as condições para se desenvolver».

Contactado hoje pela agência Lusa, Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, recusou-se a falar sobre o assunto.

No entanto, em declarações a órgãos de informação local no último mês, assegurou que «não há alternativa: a lei dos solos não permite que haja» a área necessária urbanizável para a PT se instalar, sem que isso implique «processos burocráticos que demoram anos».

Para Carlos Pinto, «não se brinca» com o investimento «que mais de cem municípios desejavam» e acredita que até final do ano poderá ser lançado concurso para um novo aeródromo no concelho, na zona de Terlamonte.

Entretanto, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Joaquim Morão, anunciou também em Maio que tem financiamento garantido para construir um novo aeródromo na capital de distrito.


Queremos saber a sua opinião sobre este assunto e por isso criámos uma votação online.

5 comentários:

Anónimo disse...

Primeiro que tudo quero referir que sou aluno de Eng. Informática, e que assinei a petição do Facebook para o não encerramento do aerodromo.

Depois quero frisar que o ainda no tempo do antigo reitor o que foi acordado foi que o terreno podia ser usado se a universidade o quisesse (i.e., sem gastos adicionais) para a construção dum bloco/armazem para Eng. Aeronautica. O investimento necessário para tal passava pela universidade. O reitor tinha prioridade em juntar verba para assegurar medicina cá pelo que tal verba nunca se conseguio juntar.

A PT como boa empresa a aproveitar boas ideias ja tidas no estrangeiro que mostraram ter sucesso decidiu criar um data center numa zona isolada, com curso de eng. informática e sistemas de informação. Juntando assim um local para teste e a massa cinzenta necessaria para tal projecto. O facto de não haver outro local discutivel no minimo esse argumento.

Dito tudo isto acho positivo para o meu actual curso e Sistemas de Informação o data center por ser mais um local de trabalho na zona. No entanto aqui vejo um promessa feita pelo antiga reitor nao cumprida pelo actual reitor que na sua tomada de posso indicou entre outras medicina, informática e aeronautica como áreas chave de investimento.

Acrescento ainda uma opinião (que espero ser uma má interpreteção minha) acredito que poderá num espaço nao superior a 5 anos considerar-se fechar Aeronautica e passar o curso para outra instituiçao nomeadamente o Técnico.

Dito tudo isto penso que foi um prova de má fé por parte do reitor
a acrescentar a muito a meu ver "paleio roto e demagogico" feito pelo senhor mas que em termos práticos apresenta magras vitorias como estrondosos sucessos e más decisões ou pelo menos discutiveis como "males necessários".

Espero profundamente que um dos cursos mais exclusivos e que já deu mostras de escelencia no pais (Aeronautica) que ainda hoje é um dos factores que distingue a nossa instituiçao das demais por ser leccionado em todos os ciclos cá não seja penalizado ou "acalmado" com vagos "vao ser tomadas medidas" ou "uma das areas criticas da instituiçao" para depois se ver disto.

Acrescento um ultimo aparte se as referidas Eng. são tão criticas porque continuam com corpos docentes tão pequenos face o total de alunos, ao mesmo tempo que se exige dos mesmos investigação de qualidade por parte dos docentes...

Anónimo disse...

Estivemos efectivamente durante 6 anos a lidar com um actor. Alguém que confunde a realidade com a sua única e rica imaginação. Dos 6 anos do seu consulado os últimos 2 foram qualquer coisa de horroroso, de desonesto, de muito mau. Falava sempre e sempre deturpava ou mentia. O mundo, o seu mundo era só dele e, o país, esse ia enfraquecendo fruto de uma governação irresponsável, leviana, incompetente, teatralizada, criminosa. O os portugueses sabem que ele é e não se vão esquecer tão cedo da tal personagem pois a herança que nos deixa é demasiado pesada. O mundo conhece-o e não o vai querer para nada como fez com Guterres. O homem até na despedida foi falso. Mais uma vez aldrabou. Falou como se Portugal não estivesse mergulhado num estado penoso e vergonhoso por única e exclusiva responsabilidade sua. Disse o que lhe apeteceu. Fingiu que foi um razoável governante e um promissor estadista. A realidade é a sua maior inimiga pois desmente e desqualifica tudo o que ele fez ou disse. Trata-se efectivamente de um enorme incompetente. O bom disto tudo é que a memória colectiva para com esta criatura cénica vai ser implacável. Será alguém que não deixará saudades. Alguém a não repetir que até consegui descaracterizar um dos partidos base de Portugal, o PS. Faço sinceros votos que não cozinho acordos de bastidores para o deixar ir. É a democracia que impõe que seja julgado não só pela irresponsabilidade governativa como pelos sucessivos atropelos á justiça.

Anónimo disse...

O que tenho a dizer é que o aerodromo é importante para a cova da beira na questão dos meios aereos de conbate a incendios pois não existe mais nenhum num raio de 60 km onde existe uma grande mancha florestal que é importante proteger,é tambem importante para o curso de aeronautica desenvolver as suas experiências em aeronaves não tripuladas,para o aeroclube da covilhã que existe ali á 65 anos onde desenvolve toda a sua actividade de aeromodelismo ,parapente,voo a vela,vai ficar sem alternativa para a pratica destes desportos, poque será que a camara municipal nunca deu atenção aquele espaço nem ao aeroclube? quais as alternativas para o aeroclube? será que só o futebol é que interessa para a cidade,será que só este meresse apoio.

Anónimo disse...

Sobre os terrenos do Sr Pinto nada...

Anónimo disse...

A PT precisa de uma pequena parte do terreno total, bastaria utilizar a pista de terra (a barata) mantendo em uso a pista de asfalto (a cara). Então porquê localizar o centro da PT exactamente no cruzamento das duas pistas? Quem se responsabiliza quando suceder um desastre, um grande fogo florestal por exemplo e os meios aéreos da Seia não puderem passar porque há nuvens na Serra? E os outros meios aéreos virem de demasiado longe, com demasiado pouca carga??? Como aceitar encerrar uma infraestrutura única vital sem alternativa? Que interesses, para além dos da PT estão aqui envolvidos? Quem proibiu durante décadas licenciamentos próximos à pista e, depois de alterar o PDM, acaba por comprar terrenos e aprovar, e agora construir uma casa mesmo no topo da pista de terra (que entretanto foi convenientemente "encerrada")?