O Teatro das Beiras tem o prazer de o convidar a 16 de Dezembro de 2009, às 21:30, para a estreia do espectáculo “A Neve”, construído a partir de cinco contos de Vergílio Ferreira: O Encontro, A Palavra Mágica, A Fonte, A Galinha e A Estrela.
São histórias que, interligadas, revelam um humor triste e alguma nostalgia em relação à condição humana. Memórias de um tempo, que não foi assim há tanto tempo, em que o coração dos homens era frio como a neve.
Vergílio Ferreira (1916 – 1996), nasceu em Melo, Gouveia, e repartiu uma boa parte da sua vida pelo Interior: Gouveia, Fundão, Bragança, Évora. A neve, que virá a ser um dos elementos fundamentais do seu imaginário romanesco, é o pano de fundo da infância e adolescência passadas na zona da serra da Estrela. Talvez por isso, a sua obra revela tanto a vida na província e reflecte o contraste campo/cidade.
Os contos de Vergílio Ferreira traduzem e mostram a essência do povo português entre os anos 40 e 80. São 50 anos de prosa feita de amarga ternura lírica, uma certa visão quase irónica, quase desoladora feita de desalento pessimista, mas onde o homem solitário tende para o Homem Total, onde o eu particularíssimo se aproxima do Eu Universal. Aqui temos uma inclinação para descobrirmos a subtileza da alma portuguesa. Uma alma latina, saudosista, plena de surpresas.
O espectáculo tem apresentações no Auditório do Teatro das Beiras (Covilhã), de 16 a 19 de Dezembro de 2009, e de 15 a 30 de Janeiro de 2010, de terça a sábado às 21:30.
“A Neve” é acompanhado por várias actividades de tributo ao autor - “Vergiliando – viagem ao universo de Vergílio Ferreira” - concertos a partir de músicas enunciadas na sua obra por Rogério Peixinho, professor na EPABI – Escola profissional de artes da Beira Interior e pela Desertuna - Tuna académica da Universidade da Beira Interior, leituras encenadas (a 6 de Dezembro, na livraria Bertrand da Covilhã, realizou-se a leitura do conto “O Espirro” e de poemas do autor), conversas com estudiosos da sua obra e amigos (inserido no "Café Literário" orientado pelo escritor Manuel da Silva Ramos), exposição na Biblioteca Municipal, documentário e a presença de Lauro António, na apresentação de obras baseadas em Vergílio Ferreira: a longa metragem “Manhã Submersa”, a curta metragem “Mãe Genoveva” e duas entrevistas a Vergílio Ferreira sobre “Manhã Submersa” .
Adaptação, dramaturgia e encenação: José Carretas | Interpretação: Fernando Landeira, Pedro Damião, Pedro da Silva, Rui Raposo Costa, Sónia Botelho e Teresa Baguinho | Cenografia: Nuno Lucena e José Carretas | Música Original: Telmo Marques | Figurinos: Margarida Wellenkamp
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