terça-feira, fevereiro 13, 2007

Covilhã 2150

«Ano 2150, Portugal vive numa monarquia constitucional, mas como um mal nunca vem só, a subida da água do mar aproxima.se dos 120 metros, o que significa que as previsões apocalípticas de há 150 anos atrás fizeram todo o sentido

De maneira que a água do mar chegou finalmente a Castelo Branco, após dura resistência dos seus habitantes que tem construído em vão, muros com rolhas de cortiça a partir das Portas de Ródão. A verdade é que a antiga capital da Beira Baixa, está hoje reduzida ao velho casco medieval

No fundo, acabou por se fazer alguma justiça, dizem os residentes do lado de cá da Gardunha, ao livrarem-se de vez do jugo ancestral da “capital de distrito”.

Contudo, as alterações climáticas não trouxeram a desgraça para todos, pois a cidade da Covilhã ganhou agora maior centralidade, posicionando.se como a mais que provável capital do Reino. Entre os poucos cenários possíveis, o mais certo será o governo e o seu séquito, mais os refugiados ambientais com água até às orelhas, escolherem a cidade Serrana e arredores pra s’instalarem.

E assim foi, os cromos do litoral puseram-se a jeito e iniciaram a debandada através de hidroaviões da Tarlamonte Airlines, rumo à cidade da Covilhã

Desde a década de sessenta do século xx, que não s’assistia a tamanho movimento migratório. O Alcaide, homem com visão de futuro, pensa já em construir um novo aeroporto, mas a partir dos 1500M de altitude, num lugar outrora denominado, Nave de Santo António, não vá o diabo tecê.las»


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