sexta-feira, setembro 04, 2009

«Manuela sai mas deixa peça para hoje»


Cebrián falou com os responsáveis portugueses da Media Capital e comunicou que queria afastar Manuela Moura Guedes do 'Jornal Nacional' da TVI. Bernardo Bairrão terá tentado demover o presidente da Prisa, que acabou por levar a decisão a cabo. Os estilhaços sentiram-se no plano político e a Direcção de Informação da TVI demitiu-se em solidariedade com a jornalista.(...)


Manuela afastada: Decisão de acabar com ‘Jornal de Sexta’ já tinha sido tomada há várias semanas.Espanhóis calam Manuela. A decisão estava tomada há semanas e era irreversível. Depois da saída de José Eduardo Moniz os espanhóis da Prisa queriam ver Manuela Moura Guedes fora dos ecrãs. E na terça-feira, dia 1 de Setembro, Cebrián, presidente executivo da Prisa, telefonou para Bernardo Bairrão, administrador delegado e director-geral da Media Capital, com a ordem fatal.(...)



ERC aponta "eventual violação de liberdade de imprensa". Sócrates admite que fim do jornal de Moura Guedes pode prejudicar PS nas eleições. O que prejudica mais o primeiro-ministro? As ácidas edições do Jornal Nacional da TVI dirigido por Manuela Moura Guedes ou o anúncio inesperado do seu cancelamento a três semanas das eleições? A resposta parece estar na forma como José Sócrates se pronunciou sobre o caso ontem à noite em Coimbra, quando admitiu que este caso pode prejudicar o PS nas legislativas do próximo dia 27.(...)


Manuela sai mas deixa peça para hoje. José Sócrates diz que não quer que o PS "pague" pela medida dos gestores. A decisão da Prisa de suspender o "Jornal Nacional" de sexta-feira cria rebuliço político, além de causar um tsunami interno: a direcção da Informação demitiu-se e resta saber se a peça sobre o Freeport vai hoje, sexta-feira, para o ar noutro modelo de noticiário.(...)



Caso Moura Guedes condiciona campanha eleitoral. A Media Capital retirou Manuela Moura Guedes do jornal da TVI no início da campanha eleitoral e criou um caso político. A oposição fala de limites à democracia. José Sócrates nega qualquer envolvimento e pede explicações aos espanhóis.(...)




Saída do casal Moniz dá 57 milhões à Impresa. Primeiro foi José Eduardo Moniz a sair, ainda na primeira semana de Agosto. Ontem foi a vez de Manuela Moura Guedes se demitir do cargo na direcção de informação da TVI. Das duas vezes, quem ganhou foi a Impresa, na bolsa. Contas feitas, a empresa de Francisco Pinto Balsemão vale mais 57 milhões de euros desde que o antigo director-geral da estação de Queluz bateu com a porta.(...)



Pressões políticas.Administrador da TVI votou contra fim do jornal da Manuela. O administrador-delegado da TVI discordou da decisão da Prisa. Mas o accionista espanhol não recuou. Primeiro foi José Eduardo Moniz a sair, ainda na primeira semana de Agosto. Ontem foi a vez de Manuela Moura Guedes se demitir do cargo na direcção de informação da TVI. Das duas vezes, quem ganhou foi a Impresa, na bolsa. Contas feitas, a empresa de Francisco Pinto Balsemão vale mais 57 milhões de euros desde que o antigo director-geral da estação de Queluz bateu com a porta.Uma valorização de 32% num período de quatro semanas.(...)



2 comentários:

Raf Sandor disse...

Os principais falhanços da política do Sócrates foram quando adoptou políticas de direita. Como resposta querem eleger um governo PSD/PP. Ou acham que isso não será o agravamento de tais políticas? Fantástico! Ó pá, já se esqueceram da censura do Governo Durão/Santana à comunicação social? Ou será que, por já ser passado, não conta? O povo português tem mesmo memória curta. Governar o país pressupõe conhecer minimamente a sociedade portuguesa. Que sabe a Manuela F. Leite disso? Que fez ela quando foi ministra? Queixam-se dos abusos da Banca, da falta de assistência na saúde, da educação e do desemprego. A resposta é a privatização de tais sectores? Ou não foi a mesma liberalização sem regras que conduziu a Europa (e o mundo) à crise? Vêm falar da liberdade de imprensa? E quando a mesma imprensa está descaradamente alinhada com grupos políticos e interesses económicos? Ou será que um grupo económico ter poder para vetar um telejornal já não se deve ao liberalismo sem regras, que as políticas de direita defendem?

PN disse...

Raf Sandor, tem razão, a situação está caótica, mas vamos deixá-la arrastar-se. Embora todos votar no "engenheiro" e deixá-lo prosseguir a sua gestão ruinosa do nosso país!!

Eu cá sempre ouvi dizer: quando algo está mal há que mudar de rumo! Se os próximos também falharem serão julgados nas próximas eleições. Digo eu...