Por: Marco António Antunes
A Covilhã tem vindo a perder, ao longo dos séculos, grande parte das suas muralhas. O castelo com a sua torre de menagem de cinco quinas foi substituído por uma fábrica. O arco da Coarca foi desmantelado. Algumas capelas também foram destruídas: a capela de S. Sebastião, de S. Vicente, de Santa Marinha, do Senhor Jesus, da Senhora do Rosário.
Na Praça do Município (Pelourinho), foi destruído o antigo edifício filipino que servia simultaneamente de Câmara e Cadeia, bem como a Porta da Vila e a sua torre incrustada no dito edifício. Da velha praça, apenas resta a igreja da Misericórdia. É uma parte significativa do nosso património que tem sido destruída, uma herança colectiva que urge preservar, pois só assim será possível dignificar a memória dos nossos antepassados.
Em relação às muralhas mais do que conhecer o seu traçado é necessário preservar o que ainda resta. O ideal seria publicar um roteiro mais completo e seguro com as partes ainda existentes da muralha, para que os turistas pudessem contemplar o património histórico da Covilhã.
Luíz Fernando de Carvalho Dias - História dos Lanifícios (1750-1834) - diz acerca das muralhas: "Tem muros (...) e tudo de pedra de cantaria lavrada neles se acham cinco portas grandes, com seus torreões; duas para nascente, chamadas da Vila e do Sol; a terceira para Sul, denominada de S. Vicente; a quarta para Norte, com o nome de Altravelho; a quinta para o poente, chamada de castelo, junto à qual em sítio mais superior, está uma eminente torre, chamada de a menagem, com cinco quinas (...) Nos mesmos muros existem ainda quatro postigos: o da Pouza, o do Rosário, o da Barbacã e o Terreiro de D. Teresa (...)"
A Porta da Vila ou Arco da Cadeia era a principal porta da muralha, ladeada por duas torres de que o antigo edifício filipino conservava apenas uma. Constituía um imponente baluarte defensivo; posteriormente, a muralha seguia para Sul em direcção às Portas do Sol, ao longo da rua António Augusto Aguiar. Hoje, pouco resta das Portas do Sol, contudo mantém-se intacto o troço que une as muralhas às Portas de S. Vicente. Nas imediações da APPACDM, antiga PSP, situava-se o postigo da Barbacã.
Das Portas de S.Vicente, as muralhas seguiam pela rua D. Cristóvão de Castro. Nas proximidades do Largo da Senhora do Rosário, situava-se o postigo do Rosário. As muralhas seguiam depois para Norte em direcção ao castelo, pela rua Capitão João de Almeida. Chegados ao castelo, podemos constatar que a fábrica dos Pintassilgos veio destruir a antiga fortaleza. No cimo da rua Capitão João de Almeida, abria-se a Porta do castelo. Nesta zona, encontrava-se o postigo da Pouza. Do postigo da Pouza até às Portas do Altravelho não se sabe em rigor a localização exacta das muralhas. Provavelmente, a muralha seguiria em direcção à rua do Norte, onde ainda são visíveis restos de muralhas.
No fundo da rua do Norte, integrando o antigo edifício do Bombeiros Voluntários, a muralha dirigia-se para Sul. Neste local, situava-se o postigo do Terreiro de D. Teresa. No séc. XXI, existe uma travessa com o nome de Postiguinho. O Teatro-Cine e o antigo café Montalto destruíram o troço de muralha que unia o postigo do Terreiro de D. Teresa à Porta da Vila.
Adaptação livre, com a devida vénia, de um estudo promovido pela Associação Cova Juliana consultado na Biblioteca Municipal da Covilhã.
Na Praça do Município (Pelourinho), foi destruído o antigo edifício filipino que servia simultaneamente de Câmara e Cadeia, bem como a Porta da Vila e a sua torre incrustada no dito edifício. Da velha praça, apenas resta a igreja da Misericórdia. É uma parte significativa do nosso património que tem sido destruída, uma herança colectiva que urge preservar, pois só assim será possível dignificar a memória dos nossos antepassados.
Em relação às muralhas mais do que conhecer o seu traçado é necessário preservar o que ainda resta. O ideal seria publicar um roteiro mais completo e seguro com as partes ainda existentes da muralha, para que os turistas pudessem contemplar o património histórico da Covilhã.
Luíz Fernando de Carvalho Dias - História dos Lanifícios (1750-1834) - diz acerca das muralhas: "Tem muros (...) e tudo de pedra de cantaria lavrada neles se acham cinco portas grandes, com seus torreões; duas para nascente, chamadas da Vila e do Sol; a terceira para Sul, denominada de S. Vicente; a quarta para Norte, com o nome de Altravelho; a quinta para o poente, chamada de castelo, junto à qual em sítio mais superior, está uma eminente torre, chamada de a menagem, com cinco quinas (...) Nos mesmos muros existem ainda quatro postigos: o da Pouza, o do Rosário, o da Barbacã e o Terreiro de D. Teresa (...)"
A Porta da Vila ou Arco da Cadeia era a principal porta da muralha, ladeada por duas torres de que o antigo edifício filipino conservava apenas uma. Constituía um imponente baluarte defensivo; posteriormente, a muralha seguia para Sul em direcção às Portas do Sol, ao longo da rua António Augusto Aguiar. Hoje, pouco resta das Portas do Sol, contudo mantém-se intacto o troço que une as muralhas às Portas de S. Vicente. Nas imediações da APPACDM, antiga PSP, situava-se o postigo da Barbacã.
Das Portas de S.Vicente, as muralhas seguiam pela rua D. Cristóvão de Castro. Nas proximidades do Largo da Senhora do Rosário, situava-se o postigo do Rosário. As muralhas seguiam depois para Norte em direcção ao castelo, pela rua Capitão João de Almeida. Chegados ao castelo, podemos constatar que a fábrica dos Pintassilgos veio destruir a antiga fortaleza. No cimo da rua Capitão João de Almeida, abria-se a Porta do castelo. Nesta zona, encontrava-se o postigo da Pouza. Do postigo da Pouza até às Portas do Altravelho não se sabe em rigor a localização exacta das muralhas. Provavelmente, a muralha seguiria em direcção à rua do Norte, onde ainda são visíveis restos de muralhas.
No fundo da rua do Norte, integrando o antigo edifício do Bombeiros Voluntários, a muralha dirigia-se para Sul. Neste local, situava-se o postigo do Terreiro de D. Teresa. No séc. XXI, existe uma travessa com o nome de Postiguinho. O Teatro-Cine e o antigo café Montalto destruíram o troço de muralha que unia o postigo do Terreiro de D. Teresa à Porta da Vila.
Adaptação livre, com a devida vénia, de um estudo promovido pela Associação Cova Juliana consultado na Biblioteca Municipal da Covilhã.
Licenciado pela UBI e pós-graduado pela ESERP Business School
Portal Web: www.maaconsulting.com.sapo.pt
urbi@orbi
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urbi@orbi
2 comentários:
Excelente post e trabalho realizado.
Já que neste momento já temos praticamente todo o castelo destruído e "espalhado pelas paredes das fábricas" como já foi dito por um historiador, resta-nos preservar o pouco que há e documentar e divulgar o melhor possível as histórias do passado, antes que as memórias se apaguem...
Já vi esta foto num blog (cidadedacovilha.blogs.sapo.pt) perto de nós ...
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