quarta-feira, agosto 05, 2009

EDP celebra 100 anos da Empresa Hidroeléctrica da Serra da Estrela

EDP comemorou dia 29 de Julho os 100 anos da constituição da Empresa Hidroeléctrica da Serra da Estrela (EHESE). Na cerimónia, que contou com a presença de diversos administradores da eléctrica nacional, coube a Luís Rente fazer uma resenha história do que foi a evolução da empresa e também do Concelho com o surgimento da empresa.

A EHESE foi constituída no dia 7 de Julho de 1909, por escritura celebrada em Gouveia, tendo como intervenientes António Marques da Silva, António Rodrigues Frade, Guilherme Cardoso Pessoa e António Rodrigues Nogueira. Foram seus presidentes, sucessivamente, António Marques da Silva (1909-1953), Carlos Machado Ribeiro Ferreira (1954-1959), Manuel Bastos Mendes (1960-1970), João Gomes de Almeida Rezende (1971-1974).

Para a empresa foram transferidos os direitos e deveres da concessão do alvará régio, de 25 de Setembro de 1908, que permitia o aproveitamento das águas do rio Alva, entre as freguesias do Sabugueiro e São Romão, no Concelho de Seia, para a “criação de força motriz”, ou seja, “produção de energia eléctrica”. A concessão foi sucessivamente confirmada e alargada até culminar, mais de cinquenta anos depois, com a concessão do aproveitamento das águas do Maciço Central da Serra da Estrela.

Ao longo de quase sete décadas de existência, a EHESE explorou diversas instalações de produção eléctrica, num total de oito centrais, todas hidroeléctricas, das quais construiu cinco, todas na bacia do rio Alva. A primeira foi a da Senhora do Desterro, inaugurada no dia 26 de Dezembro de 1909), seguiram-se a da Ponte de Jugais (inaugurada em 16 de Novembro de 1923), de Vila Cova (1937) e a do Sabugueiro (18 de Março de 1947). Posteriormente, no dia 26 de Dezembro de 1959, entrou ao serviço a quinta central, Senhora do Desterro II, localizada junto à central construída cinquenta anos antes. Outras obras emblemáticas foi a construção da barragem da Lagoa Comprida, cujos trabalhos tiveram início no ano de 1911 e sempre a decorrer até 1966, e todos os canais e câmaras de carga para transportar a água.

A EHESE, que desde sempre adoptou uma organização integrada de produção, transporte e distribuição de energia eléctrica, veio a actuar em 25 concelhos dos distritos da Guarda, Viseu e Castelo Branco, com uma área de intervenção directa superior a 10 por cento de todo o território de Portugal Continental.

Segundo o professor Luís Rente, foram «fortíssimos» os impactos económicos da instalação da EHESE no Concelho de Seia e também nos concelhos que se constituíram como seu território de intervenção. «A importância económica da EHESE revelou-se não só pelo significativo número de concelhos que abasteceu mas sobretudo pelas suas ligações com a actividade industrial das áreas da sua concessão – têxteis (Covilhã, Gouveia e Seia), mineiras (Belmonte, Urgeiriça, Penamacor) metalúrgicas (Canas de Senhorim), papeleiras (Pextrafil-Viseu) e ainda pela articulação com outras empresas produtoras (a CEB, a CHENOP, a UEP)», sublinhou.

Quantos aos impactos sócio-culturais, falou na criação da Cantina, do Refeitório e do Serviço Médico e de Enfermagem. A empresa possuía também o seu Clube do Pessoal, responsável pela organização de actividades culturais e desportivas. Outro dos impactos citados por Luís Rente foi a doação dos terrenos da Quinta da Carvalha, onde viria a edificar-se o Centro Paroquial. Na escritura de doação referia-se a intenção de que “fique sempre lembrado o nome do homenageado que tanto contribuiu pelo seu esforço e inteligência para o progresso da vila de Seia”. (...)

portadaestrela.com

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Biografia (resumida) da vida e obra de António Marques da Silva

via seiaportugal.blogspot.com

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