Conforme vos revelei ontem andei nos últimos tempos a desempenhar as minhas funções para o lados do Palácio de Belém. Não é segredo para ninguém que nos últimos tempos tem sido o Presidente República a marcar a agenda política da direita. Havia mesmo telefonemas frequentes entre o Aníbal e a Manuela que eu testemunhei pelos microfones agora descobertos. Coisas do tipo:
Então e esta coisa do Freeport (agora esquecido, mas que voltará à carga lá para meados de Setembro, em alturas de campanha eleitoral. Tudo em nome do jornalismo independente – Graças a Deus) como tratamos disto, ó Aníbal? Não sei o que hei-de dizer...
Não te preocupes Nela, que eu já torno isto um assunto de Estado!
O que é facto é que a concertação era frequente, e testemunhada. Agora esta semana tivemos uma novidade já é a Manuela a dizer como é que se faz! Relativamente ao Diploma das Uniões de Facto, não só o Presidente se serviu dos argumentos da direita conservadora parlamentar, como se serviu da ideia da Manuela de suspender a democracia por uns tempos. O argumento de que não promulga o diploma perto do fim da legislatura é suspender a democracia! Os senhores deputados, democraticamente eleitos já sabem que três ou quatro meses antes das eleições não devem aprovar diplomas porque serão certamente vetados. A conversa terá sido, segundo relatos que me chegam nestes moldes:
Ó Aníbal, já viste? Estes tipos querem aproximar os direitos desta gente que vive em pecado, sem se casar, com os direitos dos homens de bem que escolhem casar-se. Como somos claramente minoritários na Assembleia e eles têm cerca de sessenta por cento dos votos eu e o Paulinho (Não o roupeiro do Sporting, felizmente!) não pudemos fazer nada.
Nela, não te preocupes, eu vou seguir o teu conselho, suspendo a democracia por três ou quatro meses e borrifo-me para os deputados eleitos, para as maiorias absolutas e até para as mais que absolutas. Eu travo os tipos. Não chores vá!
Obrigado paizinho...
Tou? Nela? Estás aí?
Sim Aníbal. Já estou mais descansada. Já agora não podias fazer nada relativamente àquela questão do sexo e casamento só para procriar?
Olha vou ver aqui se há alguma possibilidade de um Decreto Presidencial que permita o sexo apenas para procriar e com juízo, nada de coisas à bruta. Até já tinha pensado num slogan para se começar a lançar essa ideia. Diz lá o que achas: Quem não faz na posição do missionário não é bom pai de família! Humm?
Ó Aníbal tu és o maior, pensas em tudo. Conta comigo. Tenho que ir fazer o bolo de anos para o meu neto. Adeus. Beijinho.
Beijinho? Nada de obscenidades! Se a minha mulher sabe... Adeus.
O Presidente é de facto um fenómeno novo na política portuguesa. A única democracia que conhece é a que serviu para o eleger, porque a que elegeu a AR parece ser de um valor menor.
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