Trabalhavam em simultâneo durante os meses de Dezembro e Janeiro. Cada lagar tinha vários donos e funcionava com equipas de 3 lagareiros, o mestre e os ajudantes.
Durante o tempo em que funcionavam, o lagar dava o carreto (lenha para o aquecimento das caldeiras e o transporte da azeitona).
Iam buscar e medir a azeitona ás casas, com uma medida, a rasa, que equivalia a meio alqueire.
No lagar, as operações, muito resumidamente, consistiam na trituração da azeitona, até formar uma pasta, feita num pio, com moinho de pedra (mós). Seguidamente esta pasta era batida e aquecida de maneira a aumentar o rendimento de extracção, facilitando a separação do azeite, e passava-se a massa para umas ceiras que iam à prensa, onde se dava a extracção propriamente dita, ou seja, a separação da fase sólida da fase líquida.
O líquido escorria para uns potes que existiam no chão, que continham água, e por diferença de densidade (o azeite, como a verdade, vem sempre ao de cima), era recolhido. Os restos de azeite, misturas com água, eram armazenados no “Poço do Inferno”, para mais tarde se dar uma segunda volta e extrair mais uns litrinhos de azeite.
Como actualmente, a funda nem sempre era igual. Uns anos era “cheio por cheio”- a quantidade de azeitona equivalia ao azeite obtido, outros fundia menos.
Existia a maquia, em que o azeite obtido era dividido em x partes para o dono da azeitona, e y partes para o lagar. No final da campanha, a parte que tinha ficado com o lagar era dividido pelos proprietários do lagar (não sei se tb com os lagareiros).
No final, entregavam o azeite nas casas transportando-o em odres (Ver dicionário Sobralense Letra O).
Actualmente não existe lagar no Sobral, as azeitonas são transportadas pelos “carteiros de lagar” a outros lagares da região.
P.S. - Este post foi feito muito teoricamente, por “ouvir contar”, peço desculpa se contiver incorrecções, e se alguém puder corrigir, agradece-se!:-)
As fotos...
Estas são de um antigo lagar (de varas) recuperado, em Idanha a Velha.
E estas, quem identifica o local e as pessoas?
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