sexta-feira, dezembro 22, 2006

100 milhões de investimento para a Estrela

PITER apoia 19 projectos e cria 555 postos de trabalho
Um conjunto de 19 projectos em 10 concelhos vão receber apoio do Estado. O projecto PITER “Serra da Estrela Dinâmica” prevê um investimento total de 100 milhões de fundos públicos e privados. Tudo tem que estar pronto até ao fim de 2008

Dez concelhos da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE) viram aprovados pelo Instituto de Turismo de Portugal a candidatura ao Programa Integrado Turístico de Natureza Estruturante e Base Regional (PITER) no valor 99 milhões 603 mil euros, adiantou ao Diário XXI, Jorge Patrão. “A decisão oficial ainda não nos foi comunicada, mas sabemos que está aprovado após uma reunião realizada recentemente entre o ITP a Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE) e a Turistrela”, adiantou o presidente da RTSE.
Inseridas no III Quadro Comunitário de Apoio (QCA), “as verbas serão aplicadas até ao final de 2008” no projecto “Serra da Estrela Dinâmica”, que contempla iniciativas públicas e privadas em Almeida, Belmonte, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Penamacor, Pinhel e Seia. Uma boa parte do financiamento diz respeito à construção de novos hotéis.

O programa apoia 19 projectos, dos quais sete são considerados “projectos âncora”, totalizando 62 milhões e 840 mil euros de investimento. Dez por cento corresponde a investimento público para infra-estruturas na estância de montanha das Penhas da Saúde, com um custo previsto de seis milhões e 340 mil euros. Este é um “projectos âncora”.

Os restantes seis englobam a recuperação do antigo sanatório dos ferroviários, de acordo com o projecto desenhado pelo arquitecto Souto Moura, telecabines e telecadeiras destinadas a servir a estância de esqui da Torre, o Hotel Quinta do Cafalado, o primeiro a nascer na Reserva Natural da Serra da Malcata, em Penamacor e mais dois hotéis a construir na Covilhã e em Gouveia a partir das recuperação de antigas unidades fabris.

Na Covilhã, o projecto visa a recuperação da Fábrica Velha, onde irá nascer o hotel Villa Rica. Em Gouveia será apoiada a recuperação de um fábrica têxtil do século XIX, onde irá nascer o Moments Hotel.

OFERTA DIVERSIFICADA

Segundo o presidente da RTSE, “o PITER visa qualificar e ampliar a oferta turística de alojamento, animação, ambiente e combater a sazonalidade” do turismo na Serra da Estrela, com a diversificação dos produtos.
Entre os doze projectos complementares aos projectos âncora estão seis de investimentos público, nomeadamente o Centro de Interpretação dos Descobrimentos, em Belmonte, reforçando a aposta no turismo histórico e cultural, a requalificação urbana da zona da judiaria, na Covilhã, com a recriação de uma sinagoga quinhentista em pleno centro da cidade, um forno comunitário e um centro de interpretação.

As pontes pedonais sobre as ribeiras na Covilhã, previstas no programa Polis, mas não executadas, estão também incluídas no PITER no âmbito da "Rota da Lã", tal como acontece com a requalificação do Covão da Ponte e do Covão d’Ametade, em Manteigas. Está também previsto um Centro de Interpretação do Milho, em Cortes do Meio. Estes investimentos públicos totalizam mais de 10 milhões e 800 mil euros.

Também estão incluídos o Hotel Rural (Manteigas), Senhora do Espinheiro (Seia) Terras Serranas (Fornos de Algodres) e Stellaris (Manteigas), além da requalificação da Pousada de Almeida e do Hotel Turismo da Guarda.


Segundo Jorge Patrão, com a aprovação deste projecto, “a Serra da Estrela vai afirmar-se como a grande âncora de desenvolvimento turístico na faixa interior do País”, entre o Algarve e Trás-os-Montes. É uma aposta “num novo e definitivo destino turístico de qualidade que pretende cimentar-se em primeiro lugar no mercado nacional”. Pretende também “atrair nichos de mercado externo relativos à oferta ambiental e cultural, numa região que representa seis por cento do território nacional”, acrescentou.

555 postos de trabalho

De acordo com o programa PITER, o investimento de quase 100 milhões de euros ao longo dos próximos dois anos permitirá a criação de 555 postos de trabalho. Um mínimo de 200 estão previstos para a estância de montanha da Serra da Estrela, a construir nas Penhas da Saúde, num centro de animação apré-ski com serviços e alojamento para os que pretendem usufruir da neve e da montanha.

Kaminhos

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