Neve “aquece” guerra entre Câmara da Covilhã e governador da Guarda

Centro de Limpeza da Neve gera mais uma ‘guerra’ de
palavras entre a Câmara e o governador civil da Guarda

TEMA que tem gerado, ao longo dos anos, várias polémicas, devido ao frequente fecho das estradas do maciço central, o Centro de Limpeza da Neve (CLN) esteve mais uma vez na mira das criticas da Câmara da Covilhã (CMC) no período que antecedeu o Natal. Através do vereador Pedro Silva, do pelouro da Protecção Civil, a autarquia veio dizer que assim não pode ser, que o corte dos acessos à Serra é “muito prejudicial” para o principal cartaz turístico da região”, reafirmando, ainda, a disponibilidade do Município (que de resto não é nova) para gerir o CLN.

A ideia, pelos vistos, não agrada ao governador civil, que a contestou em declarações aos jornalistas, sustentando que o Centro cuida das estradas de vários municípios, pelo que não deve ser gerido “apenas por um deles”. A CMC não gostou e prontamente respondeu a Santinho Pacheco, acusando-o de “intrometido” e de se “meter onde não é chamado” num comunicado que titula: “Governador Civil da Guarda (GCG), a dupla inutilidade e a neve”, No entender de Santinho Pacheco, citado pela Lusa, o CLN deve ser dirigido “por uma entidade nacional como a Estradas de Portugal”, tal como está, “ou por uma entidade supramunicipal”. O governador civil destaca “o esforço” dos trabalhadores do Centro de Limpeza de Neve”, mas admite que “tudo pode ser melhorado”, acrescentando que, “se houver uma reflexão conjunta das câmaras, eu estarei ao lado do que decidirem”. Mas vai dizendo que acha “demasiado pretensioso uma única Câmara disponibilizar-se para gerir o centro e não têm que levar a mal eu discordar”.

Para a CMC, o GCG “veio à lide manifestar as suas opiniões de defesa não se sabe bem de quê, sempre em discordância com a voz representativa da Covilhã, parecendo falar em nome da cidade da Guarda, tarefa para a qual pode ter vontade protagonista em concorrência com o autarca local, mas para a qual lhe falta a representatividade de base electiva”. “Revela assim o GCG – e anedoticamente não perde nenhuma oportunidade de o reafirmar - a inutilidade deste cargo, aliás já consabida; mas não se fica por aqui: revela a sua própria incapacidade para compreender o lugar que ocupa, intrometendo-se onde não é chamado e não percebendo a sua função. Numa palavra, um caso de dupla inutilidade”, acrescenta no comunicado.

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Por: Romão Vieira

JF