quinta-feira, janeiro 06, 2011

Convite a Casteleiro demite Correia_João Correia deixa concelhia do PS

João Correia, vereador na Câmara da Covilhã, pediu a demissão da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista, por entender que o convite feito a Carlos Casteleiro para ser o candidato do PS à autarquia covilhanense “é um erro estratégico”.

Vítor Pereira, também vereador socialista na edilidade serrana e cabeça de lista nas últimas autárquicas, considera que esta pré-candidatura “está condenada”. “O presidente da concelhia quis à partida eliminar o candidato à câmara, senão não o teria apresentado a esta distância”, analisa.

Por ter deixado de se identificar com o projecto, João Correia decidiu demitir-se daquele órgão socialista concelhio, onde também tem lugar por inerência. Na óptica do professor na UBI foi “precipitada a escolha, com uma antecedência de três anos, de um candidato”.

“É um projecto que enveredou por um percurso que, até do ponto de vista estratégico e do bom senso, parece ter enveredado por um excesso de pressa. A delicadeza impede-me de ser mais acutilante”, salienta o vereador, que acrescenta: “A pressa não é boa conselheira”.

João Carlos Correia refere que em três anos muita coisa pode mudar, lembra que no próximo ano há eleições na concelhia e aventa que os seus responsáveis tenham respondido a “estímulos”. “Para determinados estímulos que são naturais na política reagiram com uma resposta demasiado volumosa nas consequências que pode ter”.

Escolher, com tanta antecedência, um candidato, “é arriscado”, salienta Correia. “Uma decisão destas amarra uma pessoa a uma exposição pública durante três anos”, alerta. Por outro lado, o vereador do PS considera que teria sido preferível iniciar uma discussão sobre o perfil do candidato que se pretende e sobre eventuais outros nomes.

A mesma opinião tem Vítor Pereira, para quem Miguel Nascimento, presidente da concelhia, devia ter posto à discussão qual o perfil da pessoa a escolher. O advogado realça que, na sua óptica, “deve haver uma candidatura protagonizada por alguém que não seja necessariamente militante”. “Porque é que não há-de ser alguém da sociedade civil covilhanense que comungue no essencial do ponto de vista do PS e que seja apoiado pelo PS? Porque é que havemos de afunilar?”, defende.

Vítor Pereira critica “método” de Miguel Nascimento

Vítor Pereira fala ainda na utilização de uma “metodologia não transparente” seguida no processo. “A concelhia, em vez dos caminhos iluminados do dia, preferiu as veredas escuras da noite para indigitar o candidato. [Fê-lo] na calada da noite, com uma convocatória propositadamente equívoca”, acusa o vereador, que explica que na convocatória a ordem de trabalhos apenas fazia referência ao facto de se irem discutir as eleições autárquicas. “Fomos surpreendidos, apanhados à socapa”.

Sobre Carlos Casteleiro, Vítor Pereira acha que “o convidado, ou o auto-convidado, está a ser tão flagelado que escuso de tecer qualquer consideração acerca do próprio”. Apesar da divergência, o advogado garante que as relações institucionais entre a vereação e o órgão concelhio socialista “são institucionalmente correctas” e assegura que a ausência dos três vereadores do PS na última Assembleia Municipal se deveu apenas a motivos profissionais.

João Correia, questionado sobre as posições tomadas há uma década por Carlos Casteleiro, quando apelou nas autárquicas ao voto na lista do PSD, liderada por Carlos Pinto, responde que “as pessoas têm direito a cometer erros na vida e a fazer processos de reabilitação”. Mas sublinha: “É um facto que nos faz pensar, cada um pensará por si”.

NC

1 comentário:

Anónimo disse...

Com toda a honestidade pergunto, Quem é o João Correia??? É vereador, é isso??? Não o conheço...

Espero que o Ps Covilhã não altere o candidato escolhido...

Cumprimentos