quinta-feira, dezembro 17, 2009

R'etratos à sexta...com JM (24)

No texto que escrevi à duas semanas atrás falei sobre a importância do centro histórico… Da história que este respira, da sua importância para a coesão social, ambiental, paisagística, cultural, histórica e até económica da cidade. Na altura referi-me ao centro histórico como um centro degradado que descaracteriza a Covilhã e a sua história. Esta semana venho falar sobre outra descaracterização brutal da nossa cidade: a mudança do Mercado Municipal da Covilhã.

O Mercado Municipal da Covilhã dá vida ao centro histórico, chama pessoas ao centro para comprar produtos agrícolas (e não só) da região. Aos sábados de manhã, e também às sextas embora com menos intensidade, o centro histórico ganha uma vida humana imensa. São às dezenas as pessoas que andam pelo centro histórico, que entram e saem da praça com a sua cesta, são às dezenas que tomam o café no centro, que conversam e repovoam o centro cada vez mais despovoado. Nesta lógico o Mercado Municipal tem um papel importantíssimo.

O Mercado localiza-se naquele edifício à 66 anos! Foi inaugurado a 8 de Dezembro de 1943, centralizando vários mercados que existiam na cidade ao ar livre. Foi remodelado em 2000 tornando-se um espaço muito importante para a cidade. A partir de 2007 instalou-se também no seu edifício a Loja Ponto Já destinada aos jovens. Mais recentemente instalou-se no piso superior um Call Center.

Importa fazer esta referência histórica porque na verdade mudar a localização do Mercado Municipal da Covilhã implica fazer uma brutal evasão da história da nossa cidade… O edifício do Mercado vai, ao fim de 66 anos de história e de vivências mudar de instalações. Mas porque?

As visões de certo modo contradizem-se: inicialmente dizia-se que se ia mudar o Mercado porque este já não tinha condições… mas esta semana uma das justificações que Luís Fiadeiro, vice-presidente da CMC, deu para esta mudança foi de que ficaria mais barato construir um edifício novo de raiz do que reabilitar o actual. Ora se esta comparação é feita é porque na verdade é possível reabilitar o actual, podendo porém ser mais caro.

Temos portanto um facto: é possível reabilitar o Mercado Municipal da Covilhã. Mas infelizmente não é isso que vai suceder e a mudança do Mercado vai hoje (sexta-feira) à discussão à Assembleia Municipal (isto depois de a decisão de mudar o edifício já estar consumada… rico debate!)

Na minha opinião mudar um edifício histórico e culturalmente tão importante da nossa cidade só vem demonstrar aquilo que tem ocorrido nos últimos anos: uma profunda descaracterização das marcas históricas da nossa cidade.
Mudar o Mercado para o Campos das Festas é um roubo à história da cidade, é um atentado indesculpável à vivências das nossas gentes e constituiu um (mais um) ataque ao nosso centro histórico.

Mas afinal de contas o que é que vai acontecer ao edifício? Vai ser reabilitado, e nele, vão ser construídos novos Call Centers… Com tantos espaços na cidade para “empregar” precários porque é que se vai destruir um edifício histórico da cidade?

Não é uma questão de interesse, é uma questão de valores! Acima de qualquer interesse, a sensatez implicaria reabilitar o Mercado dando-lhe uma nova vida e novas condições quer para quem lá vende os seus produtos quer para quem lá compra: a insensatez implica vender o Mercado permitindo a destruição dessa nossa história!

Em 2000 quando o Mercado foi reabilitado foi dito que esse investimento que ultrapassou os 500 mil Euros se insere no esforço que a Câmara da Covilhã estava a colocar na revitalização da zona histórica do centro da cidade (). Agora que o vão destruir (moral e culturalmente) qual é a justificação? Onde está o esse suposto interesse pela revitalização da zona histórica do centro da cidade?






Em jeito de nostalgia aqui deixo um texto do “Noticias da Covilhã” do dia 08|12|1943: "Fomos percorrê-lo há dias, na companhia de uma pessoa amiga, bairrista de gema, e confessamos que nos deixou boquiabertos. Não fazíamos uma ideia aproximada, sequer da vastidão e grandeza do edifício começado em 28 de Maio de 1940 pela Sociedade Nacional de Engenharia, sob a inteligente e perspicaz direcção do Sr. Manuel Abrantes, e superiormente fiscalizado pelos Srs. Engenheiro Rafael dos Santos Costa e Horácio Moura, o primeiro da Câmara e o segundo do Estado, sendo o projecto do edifício de autoria do Arquitecto Almeida Araújo. O Mercado Municipal é construído em formosa cantaria e cimento armado; custou a bagatela de dois mil e seiscentos contos e mede 80 metros de comprimento por 21 de largo, dispondo de amplo pé direito. A luz entra-lhe a jorros por janelas bem rasgadas, algumas de forma cilíndrica ou rectangular e o primeiro andar recebe-a também de uma clarabóia que tem quatro metros de diâmetro e é sobrepujada por um artístico lanternim".


Bem-haja Mercado por todo o contributo que deste para a história da cidade, pelas vivências que proporcionas-te, pela alegria que ofereceste, pela história que nos deixas! Bem-haja, ao teu enorme contributo para a cidade da Covilhã!

Quanto ao resto, absolutamente deplorável

Saudações.

João Nuno Mineiro




(Como muita gente me perguntou porque é que em algumas sextas não escrevo informo que agora só escrevo de duas em duas semanas por dois motivos: a minha disponibilidade pessoal e a ausência de temas semanais interessantes para reflectir.)

16 comentários:

Nah disse...

Confesso k só li a 1ª frase e o último parágrafo, mas fiquei logo sem vontade de ler o resto.

JM, onde escreve "No texto que escrevi à duas semanas atrás" deveria escrever "há duas semanas atrás"; onde escreve "pelas vivências que proporcionas-te" deveria escrever "proporcionaste".

Com tantos erros fica muito difícil ter vontade de ler as suas crónicas...

Anónimo disse...

Cuidado com a lingua pois não é a primeira vez que sucede e alguem que faz um escrito publico tem de ser correcto. Vá, ponha lá o H antes do à na primeira frase. É que HÁ erros mesmo à sexta-fira.

Anónimo disse...

Concordo com a opinião, apenas um erro ortográfico no início, onde se lê "No texto que escrevi à duas semanas..." deveria ser "No texto que escrevi HÁ duas semanas..." verbo haver!

Anónimo disse...

e ha sempre temas importantes se não vier com a ideia pré - concebida de criticar negativamente antes de escrever as suas crónicas!!!

LPCV tower disse...

O call center dá mais dinheiro do que o mercado..

Anónimo disse...

Confesso que me escaparam esses dos lapsos, peço desculpa. Já agora: ao user “Nah” gostava de lembrar que o seu comentário não é, propriamente exaltador da língua Portuguesa, onde se lê “k” deveria ler-se “que” certo?...

Anónimo disse...

Ora...Nem vale a pena.Deplorável, como sempre.

Anónimo disse...

"O Mercado localiza-se naquele edifício à 66 anos!" tb podia ser corrigido...

Anónimo disse...

Que injustiça para com o rapaz, ele até anda a pedir para lhe corrigirem os textos, senão era uma lástima ainda pior, mas o revisor também não deve ser lá grande coisa. A construção frásica também é outra lástima.

Anónimo disse...

omg!!! quando se escreve um teto de opinião, não é necesário dizer "em minha opinião". acorda prá vida caramelo e faz-nos um favor a todos e a ti mesmo: deixa de escrever, isso é para quem sabe e não para quem quer.

Anónimo disse...

O call center emprega mais pessoas que um mercado municipal. Com tanta falta de emprego na regiao o logico seria apoiar iniciativas destas.

Anónimo disse...

"Agora que o vão destruir (moral e culturalmente) qual é a justificação? Onde está o esse suposto interesse pela revitalização da zona histórica do centro da cidade?"

aposto que deves ir muitas vezes ao mercado Lol

Anónimo disse...

Eu acho que faz falta nesta cidade mais discoteca. O pessoal chega ao Sábado e não diz:"ahh, vou ao mercado comprar rabanetes!".
Reflete sobre isto JM...
Além disso, também podias liderar uma revolta e angariar fundos para comprar a Teleperformence e instalar ali de novo o mercado no 3º piso.
Claro, no estacionamento, ficaria de novo o talho e a peixaria:)

Anónimo disse...

Eu acho que faz falta nesta cidade mais discoteca. O pessoal chega ao Sábado e não diz:"ahh, vou ao mercado comprar rabanetes!".
Reflete sobre isto JM...
Além disso, também podias liderar uma revolta e angariar fundos para comprar a Teleperformence e instalar ali de novo o mercado no 3º piso.
Claro, no estacionamento, ficaria de novo o talho e a peixaria:)

Teleperformance disse...

Teleperformance, Melhor Call Center para trabalhar fica na Covilhã
A Teleperformance foi considerada o Melhor Call Center para Trabalhar em Portugal, pelo Great Place to Work® Institute, galardão atribuído durante o Salão Call Center & CRM Solutions, certame onde também arrebatou, pelo terceiro ano consecutivo, o galardão para Melhor Call Center em outsourcing, atribuído pela IFE – International Faculty for Executives.Pelo terceiro ano consecutivo, a Teleperformance Portugal ganhou o Troféu de Melhor Call Center da IFE, o galardão com mais tradição no sector, em Portugal. Totalmente objectivo, o prémio é disputado pela generalidade dos Call Centers do nosso país e resulta da avaliação de chamadas mistério efectuadas pela entidade independente Q21. Para além do Melhor Call Center, a Teleperformance Portugal ganhou também o prémio de Melhor Call Center para Trabalhar do Great Place to Work® Institute.Segundo João Cardoso, Presidente e CEO da Teleperformance Portugal, “Ficámos extremamente felizes por conquistarmos o Troféu para o Melhor Call Center pelo terceiro ano consecutivo e o prémio do Melhor Call Center para Trabalhar do Great Place to Work” e acrescenta, “Sempre acreditámos que só com uma equipa extraordinária e muito motivada é que se consegue oferecer uma qualidade e uma experiência ao cliente verdadeiramente excepcionais – o facto de uma mesma empresa ganhar os dois prémios é mais uma prova disso. Agradecemos a todos os nossos colaboradores que desenvolvem um trabalho de equipa magnífico e a todos os nossos clientes e parceiros por serem totalmente focados em qualidade e nos levarem a melhorar sempre e sempre a cada novo dia”.Estes prémios surgem na sequência do prémio ‘Best Customer Experience in Financial Services’ que a Teleperformance Portugal conquistou há apenas duas semanas. Um prémio atribuído pela maior Associação de Call Centers da Europa, a CCA – Contact Center Association, que conferiu à empresa, bem como ao sector dos Call Centers em Portugal, o maior reconhecimento internacional até à data.Com 53,2% de crescimento em 2008 e cerca de 25% de crescimento em 2009, a Teleperformance Portugal duplicou praticamente a sua dimensão ao longo destes dois últimos anos. Estes prémios são a confirmação de que este grande crescimento tem vindo a ser conseguido de uma forma totalmente sustentada, continuando a assegurar a melhor qualidade de serviço no sector dos Call Centers em Portugal.


IP Jornal Team

Anónimo disse...

Grande "copy" » "paste" ... é indiscutível o valor do Call Center para a cidade e região. Mas que este podia ser instalado noutra zona podia...assim como se podia manter o mercado e suas gentes. Mas é mesmo uma questão de interesses, é também uma questão de valores mas acima de tudo...é uma questão de dinheiro! Esta autarquia nesse ponto é pefeita! Só falta venderem a família deles!!