"Escrevo este manifesto crítico numa semana importante para Portugal, para a Cova da Beira e para a Universidade da Beira Interior (UBI), dado que pela primeira vez, a mais prestigiada conferência Europeia de Empreendedorismo científico - RENT XXII - vai ter lugar em solo nacional, mais concretamente na Covilhã. A organização é do European Council of Small Business (ECSB) e do European Institute for Advanced Studies in Management (EIASM)."
"A UBI será condignamente a instituição de acolhimento deste prestigiado evento científico de cariz internacional que mapeia de vez a investigação na área de Empreendedorismo e Mudança Tecnológica, como uma área emergente e de excelência no panorama das ciências económicas, empresariais e de engenharia. Adicionalmente, sinaliza a sua importância, em matéria de apoio à decisão pública e empresarial, num contexto internacional com base em economias regionais crescentemente globalizadas, abertas e sujeitas a processos de mudança."
"Sem falsos exercícios de protagonismo exacerbado, do tipo, eu sou o master organizador, não resisto porém a contar a história de conquista da organização deste evento científico. Tudo começou em Fevereiro de 2007, quando um jovem professor auxiliar da UBI se aventurou, a expensas próprias, a realizar uma viagem de ida e volta, entre Covilhã e Montpelier, de nada mais, nada menos, do que 42 horas. Nesse tempo, o dito jovem, encetou negociações no sentido de uma cidade média do interior de Portugal, a Covilhã, vir a receber um evento até então realizado em cidades de outra dimensão, tais como, Londres, Bruxelas, Viena e mais recentemente Cardiff."
"Foi portanto a definição Schumpeteriana de Entrepreneur que me guiou, ou seja, aquele que, não obstante enfrentar adversidades e resistências à mudança, tem capacidade para aplicar um filtro de conhecimento que permite comercializar um ideia criativa, com pleno sucesso."
"É exactamente a falta de compreensão da importância do Entrepreneur, como agente determinante do processo de criação destrutiva, que atira o nosso país para um posicionamento taciturno e claramente destrutivo, no sentido de que a capacidade de iniciativa e inovação, é frequentemente minada para dar lugar a uma classe de incompetentes privilegiados e resguardados por decisores “instalados” que temem a mudança."
"Em termos simples, vivemos hoje embrenhados numa rede institucional densa de interesses e favores, o que contribui, seriamente, para o bloqueio de um processo global que contemple diferentes níveis de mudança, designadamente, a institucional, a organizacional e, sobretudo, a cultural."
"Relativamente à mudança institucional, esta será impraticável caso o favorecimento, o compadrio, a chantagem emocional e pessoal, e a clubite política não sejam varridas de uma vez por todas, em especial, nas organizações de cariz público. O país está ferido de morte e viabilidade, se não for injectado sangue novo e independente no governo das instituições públicas, tal é o peso dos “instalados”."
"A mudança organizacional baseada na desblindagem da falsa protecção social é uma prioridade. Todos deveremos ter preocupações sociais, mas não as arreigadas a movimentos corporativos fraudulentos e orquestrados que minam o desenvolvimento e o crescimento das organizações, em nome dos direitos, muitas vezes, falsamente conquistados, como facilmente se comprova com os casos das pessoas que recusam ter cartão às claras ou às cegas."
"Já no que concerne à mudança cultural, o Povo Português sempre foi risk lover, pelo menos nos exemplos de sucesso que interessa lembrar para alguns. Mas, em tempo de mudança uma importante sugestão prende-se com a possível valorização daqueles que falharam, mas que não deixaram de tentar. Os males típicos de inveja e de complexo de inferioridade, em tamanho, postura e educação, também deveriam ser perfeitamente banidos."
"A aposta numa cultura positiva orientada para a mudança, aos três níveis referidos, bem como para a identificação do que melhor temos como Povo Empreendedor e Inovador, deve ter início com a identificação das nossas superioridades comparativas, em termos regionais. É nas regiões que reside o motor de desenvolvimento das nações, e embora o tri-dente seja in e desejado, ainda não é plenamente “compreendido” pela generalidade dos agentes decisores nas esferas pública e privada."
"Tomar o Empreendedorismo qualificado, de base tecnológica, e não o de sobrevivência, tão característico de Portugal, como a alavanca de desenvolvimento das regiões é apostar num driver tecnológico, que irá gerar instabilidade ao nível do emprego, mas que pela qualificação e retenção de capital humano qualificado independente pode surtir efeitos de carácter inter-temporal passíveis de promover a sustentabilidade de zonas desfavorecidas e deprimidas, em especial, no interior do país, exceptuando as ilhas que têm estabelecimentos de ensino superior universitário ou politécnico e que, por vezes, alimentam flops mediáticos de desenvolvimento sem qualquer tipo de consistência, mas sempre à espera da vinda do D. Sebastião Investidor."
"Por mim é tempo de reabilitar uma mentalidade Pombalina (tão detestada pelos instalados da vida…) que verse a inovação disruptiva, cuja actualidade e visão estratégica se prolongue no tempo. Um passo positivo, mas pequeno, foi dado na semana passada com o anúncio público da iniciativa Pólos de Competitividade, mas sou de opinião que se pode tentar ir mais longe. Como? Promovendo a partir dos Pólos de Competitividade e da Rede Nacional de LivingLabs (em construção) uma reformulação institucional dos principais players regionais."
"A realização da RENT XXII é uma oportunidade para promover o debate da regionalização tecnológica, isto se quisermos efectivamente a mudança, em especial, aquela que possa irrigar com sangue novo o governo das instituições e a reformulação das regras de entrada, crescimento, (re)conhecimento do mérito e saída dignificada, nos mais diferentes quadrantes de actividade pública e privada."
João Leitão é professor auxiliar convidado na Universidade Técnica de Lisboa. Edita o New Economics Papers. É Covilhanense de criação e educação, UBIano de formação.
Doctoral Thesis: Eumed
Master's Dissertation: BNacional
Articles and WPapers: RePEc; SSRN
Book reviews (Springer Journal): IRPNM
João Leitão
Instituto Superior Técnico,
Technical University of Lisbon, Portugal
Department of Engineering and Management
Ph.: + 351.214.233.585
Fax: + 351.214.226.901
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Instituto Superior Técnico,
Technical University of Lisbon, Portugal
Department of Engineering and Management
Ph.: + 351.214.233.585
Fax: + 351.214.226.901
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8 comentários:
Com algumas virtudes (defeitos, para o comum dos alunos) como a exigência (uii aqui não), autoritarismo qb (uii fascista), estabelecimento de regras (uii, facilite lá um bocadinho) ou vontade de criar alunos com conhecimento (uii que trabalheira) foi, na minha opinião, o melhor professor que tive enquanto aluno da UBI.
Parabéns e continue assim, porque aqueles que nunca quiseram mudar sairam rápido da minha lista de bons professores!
Cumprimentos sinceros,
Sem dúvida um dos melhores professores que encontrei no meu percurso pela Universidade.
Por ser bom, ter umas ideias diferentes, e ter dinamica propria é que teve de ir embora. Bolia de mais no sistema.
Grande Prof. Grande amigo. Abraço com estima.
Tambem fui um dos alunos que tive o prazer de ter aulas com este excelente professor! Queria dar-lhe os parabens pela organização desta conferencia internacional na covilhã e boa sorte na sua nova etapa em lisboa!
Cumprimentos
Pedro Cruz
Eu gostava era k esse gajo deixasse de me mandar os mails dos economic papers ou la o k é essa porcaria da treta pro meu e-mail. É k peço-lhe pra me retirar da lista e n há maneira... Irra!!! N tenho culpa de ter sido aluno dele no passado, digo eu...
Este homem é um messias!
É sem dúvida o prof. com maior ego de todos. Quanto ao resto...
É claro que sempre houve quem gostasse de ser desrespeitado e humilhado, mas com os masoquismos dos outros posso eu bem. não sou dessa classe de alunos.
Ó prof. Leitão, para ser grande não tem que pisar nos outros.
Concordo consigo que a inveja é um mal nacional.
E desse mal está o prof bem servido.
Quem o lê parece que foi o prof que organizou a conferência, e pelo que sei isso não foi nada assim.
Aliás nem sequer é o primeiro organizador da conferencia!
Essa falta de reconhecimento do trabalho dos outros não lhe fica nada bem. Seja honesto.
Pois não. Foi o Prof. Raposo o obreiro da conferencia. Pelo menos ele é que andava num lufa-lufa a tratar d etudo. Grande guerreiro.
É sem duvida nenhuma o melhor professor que tive enquanto frequentei a UBI quer durante a licenciatura quer depois como meu orientador no mestrado.
Do professor João Leitão so tenho a dizer grandes coisas, para comigo sempre foi bom conselheiro e amigo e como é obvio o rigor a competencia e a exigencia estao sempre presentes quando se trata de trabalho, quanto ao artigo em si nao fico surpreendido apenas orgulhoso de o ter conhecido como professor e como amigo, sei bem das suas capacidades e nesse ponto ainda fará muito mais.
abraço
Manuel Reis
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