terça-feira, janeiro 15, 2008

Túneis na Serra da Estrela garantem maior desenvolvimento regional

Um estudo encomendado pela Estradas de Portugal aponta a construção de duas estradas a sul da Serra da Estrela como solução equilibrada para ligar a região, mas refere que abrir túneis garante melhores acessibilidades e maior desenvolvimento regional.

O elevado investimento previsto para 12 quilómetros de túneis (704 milhões de euros) face aos benefícios para os utentes (em termos de poupança de tempo e combustíveis, entre outros), faz do cenário o único com uma «taxa de rentabilidade negativa até 2030».

No entanto, o documento refere que esta é a solução que garante melhor ligações em toda a região e que mais promove o desenvolvimento regional ao nível de «emprego, coesão social» e «consolidação do sistema urbano».

O Estudo de Avaliação Estratégica para a região do Centro Interior foi encomendado pela Estradas de Portugal e está em consulta pública até final do mês e inclui três cenários.



O cenário A prevê a construção de três novas estradas em redor da Serra da Estrela: IC6 entre Coimbra e Covilhã, IC7 entre Venda de Galizes e a A25 (em Celorico da Beira ou Fornos de Algodres) e o IC37 entre Seia e Viseu.

O cenário B prevê a construção do IC7 entre a Covilhã e Viseu, com túneis para atravessar a Serra da Estrela, o maior dos quais com de 8,5 quilómetros entre Manteigas e Seia/Gouveia. Está previsto que o IC6 ligue Coimbra e a A25 no distrito da Guarda.

O cenário C é de uma forma geral a adaptação do perfil em X apresentado no cenário B, mas contornando a Serra da Estrela a sudoeste entre Sandomil, São Gião e Vide, para onde são previstos alguns túneis mais pequenos.

A utilização das vias em estudo é mais intensa no cenário B, com uma previsão de tráfego médio diário anual de 8.500 veículos e menor no Cenário A, com 7.350 veículos. O cenário C apresenta um valor intermédio de 8.050 veículos.

«O cenário B é muito extremado, apresentando desempenhos muito positivos mas também muito negativos em aspectos que são estruturantes e têm um peso estratégico na decisão (ambiente e rentabilidade económica)», refere o documento.

«Pelo contrário, os cenários A e C, traduzem um comportamento globalmente muito equilibrado e viável do ponto de vista financeiro».

O estudo conclui que «da observação dos pilares da avaliação, análise por troços e consulta às entidades, há alguma convergência em torno das vantagens do cenário C».

No entanto, ressalva «as virtualidades associadas às outras alternativas, que convidam a uma reflexão em torno de uma possível optimização de componentes e troços que se mostraram menos favoráveis» no cenário C.

Segundo refere o próprio estudo, o trabalho afecta directamente os concelhos de Arganil, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Mangualde, Manteigas, Nelas, Oliveira do Hospital, Seia, Tábua e Viseu.

A Assembleia Municipal de Manteigas já aprovou uma moção de apoio à opção que prevê a construção de túneis na Serra da Estrela.

Também a Câmara da Covilhã já deliberou apoiar essa opção. O presidente da autarquia da Covilhã, Carlos Pinto, preside também à Comunidade Urbana das Beiras (Comurbeiras) e já disse que a estrutura está disponível para lançar a obra em modelo de concepção, construção e exploração.


Lusa / SOL


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