segunda-feira, março 30, 2009

«Jorge Barata diz-se surpreendido com recandidatura de Santos Silva»

O concurso público para a selecção do próximo reitor da Universidade da Beira Interior (UBI) centra-se hoje e amanhã nas audições públicas dos candidatos, com a eleição a estar prevista para 6 de Abril.


O INTERIOR ouviu os quatro candidatos na recta final deste processo. A aposta numa cultura de qualidade e o reforço da investigação são aspectos partilhados pelos quatro catedráticos, numa altura em que a aplicação do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) se assume como um desafio.

Para Jorge Barata, professor do Departamento Aeroespacial, a grande surpresa neste processo está na recandidatura de Santos Silva. Ao lembrar que o actual reitor anunciou, numa reunião de Senado, que só tentaria um quarto mandato no caso de não aparecerem candidatos, Jorge Barata não poupa críticas ao opositor. O também director do Observatório da Ciência e do Ensino Superior considera «incompreensível» que não tenham decorrido eleições em 2007, à luz da legislação que então vigorava. E sustenta que a entrada em vigor do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) não pode justificar o alegado incumprimento. «Deixou-se de cumprir a lei que vigorava em 2007 porque se estava à espera da aprovação dos novos estatutos de 2008, o que é algo de terceiro-mundista», refere, falando mesmo em «situação rocambolesca». Quanto ao plano de acção, aponta sobretudo para a adopção das normas e princípios orientadores da ENQA – European Association for Quality Assurance in Highter Education.



«Temos de nos preparar com antecedência para a avaliação ao nível da qualidade que aí vem e que se vai reflectir num “ranking” nacional e até europeu», explica o candidato, que vai defender o seu programa em audição pública esta tarde. A grande meta, revela, está no posicionamento da UBI naquele “ranking” acima dos cinco últimos lugares. No caso de vir a ser eleito, convidará João Queiroz e António Fidalgo para vice-reitores, revela.

António Fidalgo quer «um novo patamar de qualidade»

Além de Jorge Barata, também António Fidalgo será ouvido hoje. O presidente da Faculdade de Artes e Letras propõe «um novo patamar de qualidade académica», com uma universidade que «paute a sua acção pelos mais elevados critérios».

A aposta em pós-graduações nos segundo e terceiro ciclos, a reorganização dos Serviços Académicos, o fortalecimento da identidade da UBI e a dinamização do futuro Instituto Coordenador de Investigação, que surge no contexto do RJIES, são alguns dos aspectos fundamentais para António Fidalgo. No entender deste candidato, tem de haver uma forte aposta naquelas que são as áreas científicas nucleares, como a Física e a Matemática – cursos que a instituição perdeu por escassez de candidatos -, sob pena de passarem a ser licenciaturas exclusivas de universidades de maior dimensão. Defende, por isso, que o futuro reitor «deverá fazer tudo para que os cursos das ciências fundamentais sejam leccionados na UBI». Caso venha a ser eleito, a contratação de um administrador, a elaboração dos regulamentos que concretizem os novos estatutos e a implementação do Instituto Coordenador de Investigação, que surge no contexto do RJIES, serão as acções a aplicar no imediato.

Gabinete de Qualidade é prioridade para Queiroz

Amanhã começará por ser ouvido João Queiroz – que entretanto abandonou o cargo de vice-reitor por entender que «não seria ético» continuar a assumir a função no contexto da sua candidatura. O presidente da Faculdade de Ciências da Saúde também elege a contratação do administrador e a implementação do Instituto Coordenação da Investigação como «acções urgentes» a executar, sendo que centra grande parte do seu programa nas orientações resultantes de uma avaliação realizada pela European University Association (EUA). O relatório, entregue à UBI no mês passado, é, de resto, o ponto de partida de todo o seu programa. João Queiroz considera que a universidade deve começar por criar o seu Gabinete de Qualidade, em resposta às exigências da ENQA, coordenado por um professor com experiência em processos de monitorização de qualidade. E propõe também a criação daquilo que denomina de Gabinete de Ensino: «Trata-se da face operacional do Gabinete de Qualidade na vertente de ensino», refere.

O INTERIOR também quis ouvir Santos Silva, que se recandidata a um quarto mandato, mas o actual reitor declinou a solicitação por entender que, continuando em exercício, apenas deve falar da sua candidatura na audição pública. O INTERIOR realizou entrevistas aos candidatos João Queiroz e António Fidalgo, publicadas em edições de Fevereiro, não tendo chegado a ouvir Jorge Barata e Santos Silva, visto que estes apresentaram as suas candidaturas tardiamente em relação aos primeiros.

O Interior

14 comentários:

Santos Silva disse...

SANTOS SILVA LAMENTA
Actual reitor da Universidade da Beira Interior lamenta, que nenhuma personalidade exterior se tenha candidatado ao cargo de reitor desta instituição de ensino superior. Santos Silva, explicou à RCB, os motivos pelo qual decidiu avançar para uma recandidatura.
Apesar dos elogios aos restantes nomes que estão na corrida a reitor, Manuel Santos Silva, sublinha que uma candidatura externa à UBI poderia trazer novas visões e caminhos para o futuro da universidade: “Só lamento que não haja candidaturas exteriores ou a nível internacional. Seria bom a sua participação e de certeza que trariam novos caminhos e propostas que enriqueceriam a nossa universidade.”

Depois do tabu, Santos Silva, decidiu avançar com a candidatura para o cargo que ocupa actualmente. Em declarações à RCB, o actual reitor da UBI apresenta as razões para a sua recandidatura: “desenvolver a universidade, transforma-la, torna-la mais produtiva do ponto de vista científica num clima de contenção económica e isto é um desafio grande. Outro é a mudança de paradigmas de gestão que nos obriga o RJIES.”

Sem nunca referir nomes dos outros candidatos, Santos Silva, responde a algumas críticas, já feitas, e sublinha o trabalho desenvolvido: “não é fácil fazer uma universidade no interior e ela está feita, fixar um corpo docente qualificado não é nada simples e eu assisti desde o início e sei o que passamos. Quando dizem que não há produção cientifica, como é possível, com a taxa de doutoramentos por docentes que temos e a evolução do nosso corpo docente.”

Audições públicas dos candidatos a reitor da Universidade da Beira Interior que começam na próxima quinta-feira com António Fidalgo a ser o primeiro a ser ouvido pelo conselho geral.

G* disse...

- Alguma vez se poderá dizer que uma universidade "está feita"?

Anónimo disse...

Este SS é lamentável. Mas produção científica para ele são teses de Doutoramento? É isso? Quantos artigos científicos dão essas teses? Em grande parte dos casos nenhum. E porquê? Eu respondo: não têm a mínima qualidade para serem publicadas, logo não deveriam ter sido aprovadas.
JB toca na ferida. As eleições deviam ter sido em 2007. E não foram porquê? Porque SS queria continuar no poder e sabia perfeitamente que com aquela assembleia da Universidade tinha muito poucas hipóteses de ganhar. Foi um golpe de SS para continuar no poder. Sempre fez tudo para se candidatar e depois ia para os jornais dizer que já lá estava à muito tempo. Mas sabia já que ia ser candidato. Nunca teve foi coragem para dar a cara.
JB é que topa bem SS. Sabe perfeitamente quem é esse senhor SS.
Força JB derrote esse SS.

A UBI tem de mudar... a bem de todos! disse...

Meus caros candidatos.
Meus caros conselheiros.
Seja qual for o Reitor, a UBI só tem um caminho: produzir mais cientificamente.
Temos de acabar com essas tretas de projectos de prestações de serviços (que até pode ser entendido como concorrência desleal a empresas) ou cursos CET. A UBI não é uma empresa para andar a fazer estudos e serviços e para os docentes andarem a ganhar uns dinheiritos extras. Já têm o seu ordenado, que é bem razoável face ao de muitas profissões. Quem quer ganhar mais dinheiro, vai para uma empresa privada ou monta uma. Não podemos ser uma federação de empresitas!!!
Os cursos CET foram criados para Politécnicos, não para as Universidades. Temos de propor mestardos e doutoramentos internacionais e captar investimento externo.
Todos os doutorados devem, por ano, produzir:
- Pelo menos UMA PUBLICAÇÃO ISI (paper em revista ou conferencia, não interessa, tem de ser reconhecido) – mas cada docente deve ter UMA COMO PRIMEIRO AUTOR (não é 3 porem o nome na publicação que o mais novo, primeiro autor, faz… isso é batota);
- Estar evolvidos em, pelo menos, UM PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO(FCT, QREN, ERC, dos centros de investigação, financiado por privados, não interessa, tem de ser de investigação, com carácter inovador e para gerar negócio ou ter aplicação prática, neste caso é claro que me refiro às áreas onde isso é possível);
- Estar envolvido EM PELO MENOS UMA ORIENTAÇÃO DE TESE com trabalho de investigação (não me digam que, com tantos 2º ciclos, não arranjam um aluno de mestrado?) e cada tese deve dar, pelo menos, UMA PUBLICAÇÃO (de preferência ISI) – não me digam que andamos a fazer teses para ficarem na gaveta?;
O que vier a mais (organização de eventos científicos, cargos de gestão, júris, doutorandos, pós-doct, etc.) é acréscimo importante, mas não deve prevalecer sobre os 3 pontos anteriores. Não deve ser tolerável haver pessoas que só pensam nos cargos de gestão para “compensar” a investigação que não fazem, nem os que se refugiam atrás de "números" de Júris ou põe o nome nos artigos dos mais novos.
ISTO DEVE SER O MINIMO.
Quem não o fizer, reforme-se, se puder, ou procure outra actividade.
Boa sorte aos 4.
Conselheiros... escolham bem!!!!

Anónimo disse...

Caro A UBI tem de mudar... A bem de todos:
Muitos parabéns. Excelente visão de Universidade. Com esta visão poderia dar um excelente Reitor.
Concordo com tudo o que disse.
É com pessoas destas que a UBI vai para a frente.

Pela Mudança disse...

Sim, concordo com os três pontos enunciados, mas....a Universidade tem de sobreviver,e ganhar a sua independencia financeira!Isso só é atingido através de prestação de serviços a toda a comunidade!Prof. a ganhar dinheiro a mais?Isso é por burrice da UBI, pois quem deve ganhar o dinheiro é a própria Universidade. Concorrência às empresas? Vivemos num mundo competitivo, as empresas tem que estar preparadas para isso, senão acontece como a Quimonda:)
Conselheiros:
De facto não queria estar no Vosso papel, escolher entre Fidalgo, Barata e Queiroz não é fácil, pois partilho de muitas dos seus ideais...qto ao SS, bem, uma pessoa que na audição pública diz que: consolidação de contas é a mesma coisa que contabilidade analítica..está tudo dito!Já chega se SS, venha a mudaça:)

Anónimo disse...

Felizmente alguém não é cego, e nao gosta de paninhos quentes, floreados e festinhas na cabeça.
Prefiro 'arrogancia' a hipocrisia...desde que a mudança ocorra.

JB!

O caminho é outro!!! disse...

Ohh Pela Mudança,
Qdo um docente opta fazer Prestação de Serviços é pago por esse acto. E é legal. Mas, no estado actual das exigências pedidas a uma Universidade, esse não é o caminho a seguir pela UBI. O tempo que aplicam na prestação de serviços deveriam desviá-lo para a investigação. Ora, nem todos querem isso pq com a prestação de serviços ganham uns dinheiritos extra. Alguns até têm avenças mensais. Alguns aplicam-no em investigação (equipamentos, reagentes, p.e.), outros não.
Os docentes devem preocupar-se em procurar financiamento externo para pagar a investigação, bolseiros, doutorandos e até pos-docts.
Um docente que aplica tempo na prestação de serviços, não pode ser bom investigador.
É impossivel ser bom docente, ter tempo para preparar bem as aulas e atender os alunos, ser bom investigador e ser bom técnico a prestar serviços.
Ninguém consegue tocar "bem" estes 3 burros pra frente e ainda pior se lhe juntar cargos de gestão. Algum fica pelo caminho. Normalmente é o da investigação.
Há "bolos" com mto dinheiro para investigação. Temos é de ir lá buscá-lo.
Ainda estão ai sentados? A fazer o quê? nas tricas? Toca mas é a preparar um candidatura a projecto.

Anónimo disse...

E o que andava ontem a fazer JB lá prós lados do gab. de AF?

Anónimo disse...

são dois candidatos não podem falar? ja antes faziam.Já é sabido que jb covidara AF para Vice-reitor. E o que é que o SS anda a fazer? Porque nao se demitiu rtal como o reitor de lisboa? para poder inclusivamente intrometer-se nas runioes do conselho geral, não será pior?

Anónimo disse...

Bem dito anónimo das 8.33.

Anónimo disse...

RUA SANTOS SILVA.
viva o JORGE BARATA

Anónimo disse...

Alguem sabe dizer se o SS esta atras da porta da reunião do CG, e se foi almoçar com eles? ou tera ido almoçar a casa?

A UBI tem de mudar... a bem de todos! disse...

Pronto. Já acabou.
Qual é a admiração? Já se sabia que JQ ia ganhar. Depois de ter ganho o CG o que é que esperavam? Milagres. Que ia deixar escapar o cepto?
Deixem-se de tretas e vamos trabalhar. Deixem o homem trabalhar.
Já fizeram UMA publicação ISI no presente ano? Então do que estão à espera?

Agora até me revelo:
Engenheiro investigador sem estar acorrentado a nenhuma fracção. É isso mesmo. Sou passarinho livre. Daí estas opiniões. Se não pensamos e trabalhamos de forma diferente, vamos ao charco.
Abraço... vou escrever mais 2 paragrafos do próximo paper.