quinta-feira, março 31, 2005

Por falar em novo Código…

No fim de semana passado, o da Santa Páscoa, o Tuga lá aproveita para ir à terra ver a família e os amigos. Toca de carregar o veículo e aí vamos nós pelas estradas, auto-estradas e SCUT’s do nosso Portugal em direcção ao Interior Norte e Centro e alguns (os sem terra) até ao reino dos Algarves.

Monta-se, com a antecedência devida, uma operação de segurança rodoviária, os Sr.s agentes mais graduados vão para a TV e rádio com a conversa habitual, beca beca, beca beca… E está na hora do regresso…

O tuga carrega o veículo novamente com toda a espécie de produtos hortículas, enchidos e afins e regressa para a labuta na terra de migração.

No final disto tudo o que é que falta?
O balanço da tal operação de segurança rodoviária, normalmente com um nome de código ao bom estilo “made in USA” :“Tempestade no Deserto”.

Regressa então o Sr. Agente graduado, utiliza umas palavras diferentes dos grunhidos habituais e lá está ele em horário nobre, normalmente na Ponte 25 de Abril, a fazer o balanço. Este ano não foi excepção e incrivelmente após anunciar que se contabilizaram 13 mortos, duas a três centenas de feridos graves, mais uma porrada de feridos ligeiros, vem a brilhante classificação de POSITIVO!

Fodas-se, positivo para quem? Para os 13 que morreram? Para as suas famílias? Para os que ficaram paraplégicos ou vegetais para toda a vida?

Positivo?!
É positivo para os gajos dos reboques, oficinas de reparação, sucateiros e afins!

Será positivo para as autoridades de segurança? Para o Sr. Agente que analisou a questão? Acha mesmo positivo!

No seguimento desta operação estava em marcha a operação: “Esclarecer sobre o novo Código” e a páginas tantas o tal agente graduado distrai-se e diz “Já apanhamos…(risos) já verificamos mais de três centenas de condutores em infracção ao código da estrada”. Neste pequeno deslize vê-se o espírito do novo CE: Toca de apanhar estes arruaceiros tugas que andam sempre em infracção…Vamos apanhá-los, à porta das discotecas, nas rectas mais extensas, nas cidades, nos cruzamentos…Vamos apanhá-los…que agora é que isto vai render.

Errado! O que é preciso é começar na escola a explicar aos meninos e meninas que a estrada, o bosque, o mar, os rios, Portugal, a Europa, o mundo são bens comum temos que respeitar cada um deles e as suas regras para podermos usufruir deles individualmente. Pois não é pagando multas mais altas que se alteram os comportamentos… porque se assim fosse podíamos implementar a pena de morte para todos os prevaricadores…acham que o pessoal ia continuar a acelerar? Claro que sim!
(Isto é um exagero mas penso que consegui fazer passar a mensagem?)

Até Breve
El Tochê

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