A polémica estalou na região por esta publicidade surgir ‘colada’ ao LEADER, programa comunitário destinado ao desenvolvimento dos meios rurais. E também pelo facto de o presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, presidir à Rude, associação responsável pela execução dos fundos LEADER na Cova da Beira. O autarca da Covilhã candidatou esta campanha para financiamento do programa comunitário, mas o gestor do LEADER já lhe pediu esclarecimentos, não tendo ainda obtido resposta.
A campanha ‘Covilhã, Cidade 5 Estrelas’ está a ser massivamente divulgada através de cartazes por toda a cidade, anúncios no estádio municipal e em publicações como o ‘Público’, ‘Visão’, ‘Caras’, ‘Lux’, ou mesmo a revista de bordo da TAP. Todos os anúncios ostentam o logótipo do LEADER e da Rude, sendo pouco claro se se trata ou não de publicidade camarária.
Presidida pelo autarca da Covilhã, a Rude é uma das 52 associações criadas em Portugal no âmbito do LEADER, que contam com fundos comunitários para acções de valorização do mundo rural (€4 milhões a €5 milhões foi a verba atribuída a cada associação no último Quadro Comunitário de Apoio).
Estranhando a falta de relação directa entre a campanha da Covilhã e os objectivos do programa comunitário, o gestor do LEADER já solicitou esclarecimentos a Carlos Pinto.
“Não pagamos essa campanha”
Enviada a 13 de Setembro, a carta do director-geral da Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (organismo que superintende as associações LEADER em Portugal) não teve ainda qualquer resposta por parte do presidente da Rude e da Câmara da Covilhã.
“Não pagamos essa campanha. Aguardamos esclarecimentos por parte da Rude”, garante Rui Baptista, chefe do LEADER a nível nacional, adiantando ter sido recebida uma candidatura da Rude no valor total de €800 mil, incluindo a campanha da Covilhã e várias acções na Cova da Beira. “O nosso sistema alertou-nos para a situação e bloqueámos o pagamento. É pouco habitual este tipo de despesas e não faremos transferência financeira enquanto não tivermos resposta ao nosso pedido de esclarecimento”, salienta o responsável do programa, frisando que “nenhum pagamento foi feito para esta campanha”.
No pacote de €800 mil da candidatura da Rude, a campanha da Covilhã foi a que “saltou à vista pelo tipo de acção”. São consideradas elegíveis para financiamento pelo LEADER as despesas da Feira de São Tiago, na Covilhã, que incluiu concertos de Luís Represas, João Gil, António Pinto Basto e João Braga, e apesar de não ter nenhum «stand» agrícola. “Mas as feiras funcionam muitas vezes como actividades de dinamização das zonas rurais”, faz notar Rui Baptista.
Numa avaliação das 52 associações de desenvolvimento rural financiadas pelo LEADER, a Rude figura em último lugar, com a pior taxa de execução de todas. “Tem sido sempre assim, desde o início”, refere o chefe do programa em Portugal. Em Junho, quando esta avaliação foi apresentada, a Rude tinha por executar €906 mil, o equivalente a 69% do Vector 1 e a apenas 24% do Vector 2 do Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola (FEOGA).
Avizinhando-se um novo quadro comunitário, estes fundos ficariam ‘perdidos’ se não fossem aplicados até ao final de 2008. Foi depois desta apresentação pública, em Junho, que foi lançada a publicidade ‘Covilhã, Cidade 5 Estrelas’. A campanha está a ser fortemente contestada na blogosfera, onde lhe chamam “O (rude) desenvolvimento rural 5 estrelas” e inclusivamente acusam a associação Rude de funcionar como “um BPN pequenino”.
Quanto custou a campanha?
É um mistério, ao qual a Câmara da Covilhã não dá resposta. Sobre a nova campanha da cidade, o EXPRESSO tentou contactar Carlos Pinto, presidente da associação Rude e da Câmara da Covilhã, cujo gabinete informou que este se encontrava ausente toda a semana, mas que delegava o assunto no vereador Luís Barreiros. O vereador só quis responder ao EXPRESSO por correio electrónico e, questionado sobre os custos e a origem da campanha (se foi lançada pela Câmara ou pela Rude), apenas referiu que no âmbito do programa LEADER “foi aprovada uma candidatura no valor de €40.112,92 pela Unidade de Gestão em regime de ‘overbooking’, isto é, sem garantia de qualquer comparticipação comunitária, não tendo o município até à data recebido um euro de comparticipação”.
in Expresso
via Kaminhos
27 comentários:
Há quem denuncie as questões muito antes de estas passarem para os midia:
"Este domínio do Urbano sobre o Rural do nosso Concelho chega ao ponto de, ao que tudo indica, a Rude, de que é senhor e mestre o actual Presidente da Câmara, estar aparentemente a aplicar fundos do LEADER + destinados ao desenvolvimento rural, para promover a cidade, imagine-se à categoria de 5 estrelas, com recursos publicitários que indiciam aplicações financeiras de elevado valor, quando na realidade esses fundos deveriam ser aplicados em iniciativas de desenvolvimento e promoção das zonas rurais elegíveis e com carências de vária ordem. O BE irá indagar junto do Ministério da Agricultura da legalidade destas aplicações." José Serra dos Reis(BE) - no discurso do dia da cidade. 20 DE Outubro
Abraços
Promessas para cumprir até 2009
O sotô enfermeiro Tourais, homem por quem temos elevada consideração e estima, já alumiou a sua freguesia com lâmpadas ecológicas e prepara-se agora para pavimentar um caminho com uma via ciclável.
Ora, o sô pinto também tinha prometido o mesmo para o condomínio 5 estrelas: uma ciclovia com uma rede de bicicletas partilhadas. Mas ainda falta um ano pró arraial; por certo, o Homem vai ter tempo de cumprir a promessa. Vai sim senhor.
Tão certo como o senhor Engenheiro vir inaugurar a Goldra em Novembro.
A cerimónia inaugurativa da Goldra com a presença de Sócrates, numa altura em que o PS covilhã está invisível ou preocupado com as últimas descobertas da física quântica, seria mais um tiro no pé dos socialistas.
Habitué da retórica discursiva para imbecis, o Sô pinto capitalizava, de imediato, o evento em seu proveito; regozijava de contentamento com a obra inacabada, e iria rebolar-se de riso com a façanha. Até porque a sua pulsãozita autoritária está em conflito permanente com a necessidade de atacar o governo, por um lado, e agradar-lhe por outro, (vá lá saber-se porquê) na atribuição d’uma medalhita do condominio ao senhor engenheiro. Tudo tão convenientemente óbvio. Genial.
O Primeiro-ministro Sócrates veio no dia 17 de Novembro à Covilhã, visitar o novo espaço Goldra, mas na qualidade de Engenheiro, para fiscalizar o andamento das Obras que começaram há 3 anos. De maneira que, devido à discrição da visita, ninguém o viu, ficando assim por entregar mais uma medalhita.
O sô pinto nunca se engana.
Hoje vim aqui dizer-vos na qualidade de D.Sebastião do condomínio, mais o meu Dog Barretes, quão Longe vão os tempos das tiradas torpes, que vislumbravam no nevoeiro uma grande quantidade de matéria húmida.Os tempos hoje são outros; longe pastam os desabridos momentos que mergulharam os condóminos no desalento, e quase-quase nas bordinhas do precipício. Pois ficai sabendo que o inominável epíteto de condomínio fantasma ficou enterrado em Alcácer Quibir mais as dívidas da Administração. Faltava, no entanto, cumprir-se a Covilhã.
Não foram avatares temporais que tiraram a urbe da indigência. Qual Quê! FUI EU, qual herói de pacotilha, que a ERGUI a pulso e a TORNEI hoje Fantástica, com jogos florais, Jardins de pedra e chá&biscoitos, que fazem a delícia da plebe.
Não vos esquecei também que FUI EU que ELEVEI a cherovia, esse reles tubérculo, à categoria de alimento Gourmet.
Atentai, pois, devotos basbaques, na proficiência de tamanha empreitada histórica que, à pala de logros imaginários, arroz à valenciana e marketing barato, lá fui enleando uma horda de cromos em promessas vãs; seduzidos pelos RUDES encantos do MEU património municipal.
“O Homem quer a obra nasce”:
Fui EU que FIZ o centro de artes, o jardim botânico, a periférica, o aeroporto, as barragens, o hospital e a universidade…; e assim farei todas as obras que hão-de nascer à MINHA sombra, que é como quem diz, à sombra do MITO; muito para além das coordenadas do tempo, que hão-de transformar a Covilhã no “nada que é tudo”. EU SOU o verdadeiro construtor, não o da urbe real, mas da cidade Fantástica; uma OBRA que assumirá no futuro uma dimensão simbólica, transportada em teleféricos de fantasia, por MIM, o inefável D. Sebastião do condomínio.
É certo que qualquer monarca ostenta um modelo de virtudes imaculadas, mas EU atraí a MIM, uma espécie de idolatria obscena: CONSEGUI o grande golpe de cidadania que foi durante todos estes anos, entreter o rebanho de condóminos, na divina comédia dos azulejos de São Martinho, e no convencimento alarve de que a urbe vivia o seu grande momento de glória. AH!AH!AH!AH!AH!AH!AH!
In nomine Dei
Amen
As más línguas dizem que a Obra-feita-e-por-fazer da CMC, mais parece um exercício de estilo com smell a esturro; uma ficção cuidadosamente elaborada de gestão do dinheiro alheio, transformada num forno crematório do erário basbaque.
Nós não pensamos assim.
Também há quem diga por aí que o sô presidente anda nervoso, e que os seus gritos histérico-repetitivos, fazem eco na sede do condomínio, como na maioria das sociedades primitivas. Não acreditamos.
Ora, aqui para nós que ninguém nos lê, a ser verdade, estes gritos só vem provar o quanto o sô presidente anda consumido de humildade, tranquilidade e paternalismo bacano.
Como nós compreendemos o seu glorioso embaraço perante uma câmara que já fumega.
Mas quem não deve não teme. Não é sô presidente? Pois claro.
Até já.
Nota do sôtô Tómas, presidente da Favela de S. Martinho
Conhecedor da importância que é o contacto “olhos nos olhos” com todos os favelenses, tenho percorrido os quatro cantos da Favela de São Martinho no meu pópó 5estrelas e estou muito contente com o que tenho visto. Estou sim Senhor.
Nesta breve nota vou dar-vos conta da minha contribuição para o projecto Covilhã no Futuro, superiormente liderado pelo grande timoneiro, o sô Administrador, (que também tem um pópó igual ao meu), mais a sua equipa de construtores do condomínio; P.Roças, J.Esgálha-mos & L.Barretes, a quem agradeço os favores prestados.
Todos juntos havemos de dar continuidade em 2010, à OBRA que falta acabar na Favela 5 estrelas: umas pequenas pintelhices, de que agora só recordo a recuperação das casas e a requalificação do Parque Alexandre Aibéo e… Bom, agora tenho d’ir porque ainda me falta enviar os postais de aniversário do mês de Outubro, e uns e-mails bacanos pró pessoal da UBI. Dá uma trabalheira do caraças, isto de ser híbrido.
Saudações Favelenses do Sôtô Tómas
A intervenção cívica entrou um colapso e a oposição de esquerda (PS-CDU-BE), de quando em vez dá uns arrufos em nome da sobrevivência. O banquete lá vai continuando pejado de figurinhas imberbes, extraídas dos contos de Alan Poe; um rol de bafientas personagens circenses, que acinzentam o ambiente de escombros na cidade 5 estrelas. São apóstolos devotos, em torno desse mito urbano, o sô pinto, que mantém os basbaques em permanente estado de alienação bovina; enquanto aufere de obscenas mordomias, num condomínio da choldra onde a sobrevivência é, quase, um acto heróico. Estará a plebe entregue aos bichos?
Há quem diga que não há nada a fazer perante esta cidade de opereta e da treta.
Nós pensamos que há. Por isso, vamos dar-lhes uma mãozinha, e trazer a trupe de volta à luz do dia, para que eles sintam que cumprir com a sua obrigação é um dever, e nunca uma virtude. Fique atento.
Até já.
Informamos todos os condóminos, que devido ao conteúdo inconveniente deste blog, será proibida a sua leitura em espaços públicos sob a jurisdição do condomínio 5 estrelas. Ficando apenas autorizada a consulta da imprensa oficial paroquiana (JF, NC, RCC & afins).
Como indígena dedicado sinto necessidade de denunciar mais uma injustiça. Depois do sô pinto ter defendido numa rádio local que “cada um deve tratar de si” e “cada um cuida dos seus problemas”, veio um “jornaleco” do reino, a desancar no limbo do burgo, publicar uma noticia claramente ofensiva para todos os pacóvios que persistem em defender a verdadeira transparência publica.
Pura maldade, má fé e vontade absurda de prejudicar o sô pinto. Tudo isto, são puras coincidências e esclarece-se:
1- O sô pinto não é reformado nem pensionista, é simplesmente um trabalhador honesto, empenhado e só deus sabe quanto esforço faz para apoiar os reformados. Isso sim em defesa dos pensionistas.
2- Prediozitos só tem mesmo um ali pró lado do actual…futuro.. passado aeroporto.
3- Não é sócio de sociedadezita rude nenhuma, ele é presidente da RUDE, distinta instituição na defesa dos interesses dos pacóvios mais chegados.
4- A João Pinto e Filhos é uma sociedade distinta e de muito sucesso no triste e infeliz panorama das empresas têxteis, exemplo do trabalho que mais ninguém consegue: sucesso e dinheirinho.
Só mesmo a maldade leva esta gentalha a escrever estas baboseiras….
Depois de lido o esclarecimento do sô presidente da CMC no JF, acerca da posição da COMURBEIRAS, não carece o indígena de exegese aturada para desconstruir a vacuidade da prosa; pois tentar vislumbrar uma ideia que seja, nesta prédica, é uma perda de tempo. O Homem no seu costumeiro assomo de lucidez, desfiou um rosário de farpas e trivialidades, a pontos de invocar Deus e o Diabo, para desmentir a noticia.
Uma coisa é certa: “vários autarcas não gostaram de ver o nome do seu município envolvido num comunicado assinado pelo presidente da comurbeiras” Ponto final.
Hoje não vamos injectar fel nas meritórias intervenções do espaço público
do condomínio; nem lançar suspeitas sobre as qualidades oftalmológicas dos decoradores e arquitectos do Pelourinho. Não senhor.
Hoje estamos aqui para reconhecer a importância da campanha 5 estrelas, que parecia esbatida numa paisagem de tédio, mas que já conseguiu uma vistosa colheita. De tal maneira, que fixou na urbe o antigo arbitro internacional Jorge Coroado, também ele, um apreciador compulsivo de cherovias.
O antigo juiz de tantas partidas mostrou o último cartão vermelho á infelicidade urbano-depressiva da capital, e veio instalar-se no burgo da qualidade de vida 5 estrelas.
No dia em que a mudança chegou à América, nós andámos à procura do Jardim Botânico da Covilhã, inaugurado pelo presidente da autarquia em 20 de Outubro de 2007.
A afirmação do sô presidente em 20 de Outubro de 2008, de que “a cidade tem capacidade para atrair grandes empresas”, fez-nos recuar até Setembro de 2005, onde andámos à cata de algumas piadas com igual valor semântico.
Rendemo-nos à evidência:
“Microsoft instala centro de excelência”
“Ainda sem grandes pormenores, o edil social-democrata afirmou que a maior empresa do mundo na área das novas tecnologias vai instalar-se também na Covilhã.” (Setembro de 2005)
Aviso todos os condóminos que a revitalização do centro da cidade já tem uma nova cara; depois da recusa de Sua Santidade o Papa Bento XVI, em visitar o MEU condominio. EU achei por bem dar luz e cor á fachada quadriculada que Me abriga e ME aconchega o EGO.
Repare caro condómino na grandiosidade luminosa da frontaria, e toda a ocupação do espaço envolvente que é de regalar os olhos. Tudo feito a pensar em si, porque você merece e também porque é o caro condómino que paga. Mas fique descansado que EU já providenciei para a instalação das barraquinhas de pipocas e das castanhas, e haverá bifanas e bejecas à fartazana, mais a desinteressada presença publicitária do patrocinador do condominio 5 estrelas.
Eu sei que é disto que o MEU povo gosta, e por isso, vai correr em peregrinação para olhar de espanto tão magnífica obra da engenharia luminosa (fiat lux). O Roças já ME fez chegar aos ouvidos a notícia de excursões d’outros condomínios longínquos, que dão nota desse inusitado interesse pelas MINHAS janelas iluminadas, e pelos MEUS panos brancos e amarelos às riscas. Dá gosto vê-los acotovelarem-se na busca da melhor perspectiva, seja do passeio, seja dentro das viaturas que entopem o trânsito no Pelourinho, procurando captar tão encantadora imagem! Como vocês já devem ter reparado, as combinações estéticas e cromáticas tem um gosto refinado. Pois claro, foram evidentemente, escolhidas por MIM. Com mais este passo, em prol da modernidade, o MEU condominio, está em condições de apresentar a candidatura a capital do património cultural.
EU sei que há para aí uns ranhosos ignorantes, armados em estetas, que dizem mal de tudo por-dá-cá-aquela-palha, mas aqui quem define os modelos e as cores a utilizar sou EU.
- Deixe-os ladrar sô Administrador!
- Cala a tromba ó Roças, porque Eu não te perguntei nada.
Esses palhaços andam para aí dizer que EU tenho um conceito de cidade do Regedor, mas toda a gente sabe do MEU escrupuloso cumprimento da lei e dos regulamentos.
Essa escumalha de críticos, apenas se preocupa com a realização do seu imaginário infantil; queriam um condomínio à laia do Portugal dos pequeninos? Cresçam e apareçam. Vão pró caralh…ó prá Guarda.
- EU tenho identidade. Tenho programa, Tenho gosto e Tenho futuro. Não Tenho ó Roças?
- Tem sim, sô Administrador.
O Drº Morgado discorreu na edição online kaminhos, acerca da ajuda que carece o sô pinto para ser um melhor presidente da autarquia; contudo, o sô Director alude com alguma prudência analítica aos desmandos presidenciais e à fraca prestação das oposições. Nós subscrevemos, mas dito d’outra maneira, acrescentaríamos que o presidente Pinto fez sempre o que quis e o que entendeu, iludindo os incautos, sorrindo aos tolos e alimentando um bando de Egos incompetentes e subservientes que conduziram a democracia do condomínio a um estado patológico. O Homem transformou o reduto numa espécie de Medo crónico, tornando impraticável o livre exercício de cidadania. Um medo que nem sequer é sustentado por nenhum pensamento político excessivamente elaborado, pelo contrário, mas que silenciou o concelho da Covilhã, através d’uma superficialidade autoritária, e da exploração das virtualidades mediáticas paroquiais, onde os cronistas de pacotilha tem elevado a Obra e o Homem à categoria de Mitos.
No meio de tanto folguedo idiota, bastou ao presidente Pinto promover alguns basbaques de confiança com um rendimento mínimo garantido, para assegurar a seu bel-prazer as rédeas da governança. Este modus faciendi, é um típico produto da política partidária e do costumeiro caciquismo; o presidente acaba por ser uma circunstância feliz, sobretudo para si próprio; anulou a oposição e secou praticamente tudo à sua volta; em nome de quê? Do futuro e da modernidade da Covilhã. Pois claro. E para a tragédia ser maior, o PS anda em retiro espiritual e parece já definitivamente agastado pelas autárquicas que nem sequer começaram. A CDU e o BE continuam, cada um na sua crença privada, partilhada em silêncio.
Era mais ou menos isto que escrevíamos, se alguma vez fossemos jornalistas.
O elogio
Contaminados pelo instinto incinerador, não podíamos deixar passar em branco, o tributo do cauteloso secretário Castro Guerra, na inauguração do call center. Nós estivemos lá e ouvimos o homem, sem se rir, proferir um óbvio elogio institucional em prol da obra magnifica do condomínio 5 estrelas; bem mais admirável do que aquela Covilhã cinzenta e asfixiante que nós aqui retratamos. Qualquer socialista que se preze engoliria o frete a seco, sem mastigar, e não era para menos. É o que dá quando se tecem loas de circunstância. Graças ao sô secretário, o sô Pinto ganhou mais um capital de credibilidade desnecessário; o Homem nem precisava.
A claque basbaque, atenta e serviçal, aplaudiu o desmando com gozo incontido.
Caros condóminos basbaques,
Os que Me conhecem sabem da minha facilidade em conviver com a democracia, o contraditório e a sátira, mas já começo a perder a paciência com essa escumalha reaccionária de figurinhas imberbes; desde comunas bolcheviques, fascistas, fascizantes, e Kuercus dos sobreiros (negociantes de caca de lagartixa e traficantes de bolota). Não tarda nada e faço mais uma queixa em tribunal contra estes alarves e mais as suas espectaculares exibições de estupidez, pois, nem sugerem alternativas, nem Me aplaudem a Obra. Se estão descontentes, vão para a Guarda e levem a sede do novo pólo de turismo, porque EU já não quero mais serviços públicos no condomínio 5 estrelas.
Fique o caro basbaque sabendo, que esta gentalha de manhosos e cataventos, tem tentado boicotar o desenvolvimento de projectos de interesse estratégico no condomínio, como o Casino, as Pontes e o Pavilhão Municipal, mas principalmente, o Acelerador de Partículas & Afins.
Os gajos andam roídinhos de inveja do MEU condomínio high tech no PARKURBIS, onde tenho vindo a desenvolver uma teoria inovadora, segundo a qual a Covilhã teve início numa explosão, uma espécie de Big Bang 5 estrelas, emergindo de um estado extremamente denso e quente para um buraco sem fundo nos últimos dez anos.
- O que é que tu achas disto, ó Roças?
- Acho que sim sô Administrador.
Fim de semana alargado no condomínio, é altura de limpar algum restolho daninho no quintal.
Lá diz o povo e com razão, “quem procura porcos até as moitas lhe roncam”.Bernard Shaw, também nos tinha avisado: "Nunca lutes com um porco. Primeiro, porque ficas sujo. Segundo, porque ele gosta!"
Temos ouvido várias estórias acerca de frangos estúpidos que gostam de atravessar as ruas. Aristóteles chegou mesmo a dizer de modo inteligente, que é da natureza do frango cruzar a estrada. Vá lá saber-se porquê.
Também em tempos houve um galinheiro no burgo, cujo nome não conseguimos recordar, onde existiu um Galo que estabeleceu um novo tipo de relações entre os Seres da Capoeira na produção da riqueza (perspectiva heideggeriana), ficando Ele, por razões óbvias no topo da hierarquia, seguindo-se os frangos, galinhas, e afins. De maneira que foi sempre o Galo a assumir o destino do galinheiro naquele condomínio avícola.
Um dia, depois de ter adquirido a consciência do esturro final, foi distribuindo milho aos pardais, exigindo cumplicidade e silêncio na hierarquia galinácea (...)
(...) Com o passar do tempo surgiu uma nova espécie consumidora de milho transgénico, que nunca chegou ao poder no galinheiro, o que foi duplamente triste, pois não houve rotação na capoeira, nem fixação de novos bicos alternativos. A estes, foi-lhes imposto como regra de conduta, dobrarem-se em vassalagem sempre que o Galo passasse ou quisesse arrotar. Foi sempre assim, porque foi assim que o Galo quis. Por isso, a frangalhada, ficou irremediavelmente condenada a morrer de reumático ou de tédio. Contudo, tem havido sempre um poleiro para os frangos basbaques, os que fogem da inteligência como a gordura do fairy; estes ficam entretidos com a instauração de processos para calar o bico ao exercício de opinião; o Galo, nunca achou por bem que a opinião de alguns pardais, fosse uma forma legítima de fazer política no galinheiro.
Há espaços na cidade 5 Estrelas, por onde a Memória se esfuma e deixa a nu o caos de vidas, tantas vidas passadas. Vestígios que abrigam um mundo subterrâneo e sombrio. Paredes de granito, vigas, tijolo acamado, portas e janelas meio-abertas, meio-fechadas. É um universo urbano marcado pela ausência de futuro.
Uma cidade ferida na alma. Casas que agonizam na lentidão dos dias, como fios dispersos que desenharam e coloriram o tempo e o espaço, produzindo um peculiar processo de representação da cultura de um povo. Fios esfarrapados da memória urbana da Covilhã que teimam em evitar a unidade do mundo.
Um em cada cinco prédios no centro histórico da cidade está desocupado, e a maioria devolutos, ou em estado avançado de ruínas. Seja lá o que for. Sim, que importa tudo isso perante o festival da cherovia e a comemoração de mais um aniversário da cidade 5 Estrelas.
O texto sobre a auto estima, já foi postado noutra altura, mas apetece-nos reescrevê-lo mais uma vez, porque a auto-estima é semelhante em alguns aspectos, às promessas que alguns candidatos fazem em campanha eleitoral; como por exemplo, o Centro de Artes da Covilhã, que por muito esforço que façamos para o vislumbrar, só damos por ele numa rua com o nome do dito, ou no projecto que vemos na imagem. Pois é.
De maneira que, até há uns anos atrás não existia a auto-estima, como não existia Centro de Artes na Covilhã.
O verbo “estimar” só se utilizava no encabeçamento das cartas, como medida de cortesia para pedir dinheiro a alguém, (Estimado Sr). Se a quantidade fosse considerável, empregava-se mais a expressão (Querido amigo).
Pois de repente nasce a auto-estima e converte-se em sentimento universal, ou melhor, nasce a sua falta ou a sua escassez, já que ninguém a tem, todos a perderam, não a conheceram, ou têm-na baixa; ou seja, surge directamente em potência, porque em acto ninguém a viu, nem a mãe que a pariu.
Ora com o Centro de Artes da Covilhã, passa-se exactamente a mesma coisa. “Onde está?” pergunta aflito o basbaque, enquanto remexe nos bolsos das calças e os volta do avesso para comprovar se a auto-estima ou o Centro de Artes se encontram nas pilosidades que sempre habitam esse recanto da vestimenta.
Não, não consegue encontrar nada. Bom, então o melhor é não perder mais tempo com minudências; à falta dela, bute prá consulta.
Duas Rudes, dois irmãos
Com este titulo publicou o Expresso, em 29 de Novembro de 2008, o seguinte texto que eu dispenso de qualquer comentário:
Duas Rudes, dois irmãos
Fraude fiscal detectada na venda de terrenos à Rude pelo irmão do presidente da Câmara. Foi criada ainda uma segunda Rude
O caso envolve duas entidades, ambas com o nome Rude, e dois irmãos: Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, e João Manuel Pinto. E remonta a 1995, altura em que João Manuel Pinto comprou por 24 mil contos (€120 mil em moeda actual) o direito de uso, durante 20 anos, de terrenos na Covilhã, que vendeu pouco depois por 70 mil contos (€350 mil) à Rude, associação presidida pelo seu irmão, Carlos Pinto.
Este processo culminou num crime de fraude fiscal e no pagamento de coimas por parte de João Pinto. “Foram fabricados documentos com conteúdo falso, com o único objectivo de lhe permitirem a fuga ao imposto devido”, pode ler-se no relatório do Ministério Público, concluído em Setembro de 2004, na sequência do processo-crime instaurado em torno do caso. Mas o Ministério Público não conseguiu reunir provas de que “houve conluio entre o arguido João Manuel Pinto e algum ou alguns dos arguidos ligados à Rude no sentido de este adquirir os bens imóveis para depois os revender por um valor equivalente a cerca de três vezes o de custo” - apesar de a Polícia Judiciária da Guarda ter concluído pela existência de um tal conluio. O relatório do Ministério Público refere que, “a ter havido esse conluio, estaríamos em face de um crime de burla qualificada”.
Para contornar o entrave legal de a associação Rude estar impedida, pelas regras comunitárias, de comprar imóveis foi constituída em Novembro de 1995 uma sociedade anónima chamada Rude SA, cujos sócios são os mesmos da associação Rude que funciona com fundos do programa LEADER: Carlos Pinto, Luís Barreiros, Francisco Ferreira Pimentel, Arménio Marques Matias e Bernardino Gata Silva. A Rude SA, cujo capital é quase a 100% assegurado pela associação Rude, acabou por adquirir por 1500 contos (€7500) os ditos terrenos na Covilhã, cujas escrituras foram celebradas em Dezembro de 1995 e Março de 1999. “Caso esta associação comprasse tais imóveis, fá-lo-ia com a maior parte de dinheiros provenientes de fundos comunitários”, explicita o relatório. Entre as questões que ficaram por esclarecer destacam-se as declarações do arguido Antonino Alves Pacheco, que “foi posto perante o facto de em conjunto com os seus cunhados ter recebido a quantia de 10 mil contos a título de sinal e terem recebido da Rude um cheque no valor de 70 mil contos no acto da escritura, o que dá um valor global de 80 mil contos. Considerando que os prédios terão sido vendidos por 24 mil contos e que entregaram um cheque ao João Pinto de 43.700 contos, foi-lhe pedido que explicasse o destino do dinheiro remanescente”. Mas o próprio relatório do Ministério Público reconhece: “É certo que se desconhece o destino dado à quantia de 12.300 contos levantada pelo Antonino”.
C.A.
29 de Novembro de 2008?
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