terça-feira, outubro 30, 2007

Atado e "afogado" em álcool

A autópsia ao corpo do homem que morreu na madrugada de anteontem, em Borralheira, Covilhã, amarrado de pés e mãos por um grupo de quatro pessoas, terá apontado como causa provável da morte asfixia por vómito associada a um quadro de intoxicação alcoólica acentuada. Situação que terá sido agravada pela imobilização e pelo frio a que o corpo foi sujeito durante mais de três horas. O Tribunal Judicial da Covilhã aplicou ainda ontem a medida de coacção de prisão preventiva aos quatro suspeitos.

A ausência total de lesões que indiciassem sinais de agressão, levou a equipa do Instituto de Medicina Legal da Covilhã a pedir exames toxicológicos complementares.

O crime que horrorizou a aldeia terá começado a desenhar-se por volta das três horas, no exterior do café Regional, quando quatro homens, entre eles dois adolescentes, depois de beberem dezenas de martinis, decidiram ir buscar cordões em 'nylon' para, num acto de alegada "brincadeira", prenderem a vítima - a perna esquerda à grade da janela do café, o braço direito a uma vitrina, a perna direita à jante de um carro que estava estacionado no local e a mão esquerda atada à perna direita.

Doente asmático, 'afogado' em álcool, João Inácio terá ficado com os braços cruzados e apertados sobre o peito e pescoço, sem capacidade para respirar, o que lhe terá provocado asfixia por vómito, revelou ao JN uma fonte próxima do processo.

O drama ter-se-á desenrolado no meio de forte algazarra, sem que qualquer vizinho tenha procurado saber o que estava a acontecer. "Todas as noites há barulho naquela zona. Nunca nos passou pela cabeça que alguém estivesse a morrer", disse uma mulher da aldeia.

Abandonado à sua sorte, Inácio seria encontrado cerca das 6.20 horas, já cadáver, pela sobrinha Cátia Almeida. Três horas depois, a Polícia Judiciária detinha quatro suspeitos para averiguações.

Ouvidos durante todo o dia de ontem no Tribunal Judicial da Covilhã, os quatro homens ficaram em prisão preventiva, indiciandos por homicídio qualificado.


Jornal de Notícias

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