Qualquer aluno do ensino secundário de Geografia aprende o ciclo natural do desenvolvimento: incontornável, rigoroso e inflexível. Diz-nos esse ciclo que para qualquer área se desenvolver são necessários serviços. Que toda a lógica de desenvolvimento de uma região se desenvolve da seguinte forma: pessoas, logo, necessidade de serviços; fixação de serviços, logo, fixação de actividades complementares aos serviços; desenvolvimento de actividades e de serviços, logo, fixação de actividades económicas; fixação de actividades económicas, logo, criação de emprego… Ou seja: serviços, actividades complementares, actividades económicas, criação de emprego, logo, desenvolvimento e fixação de mais pessoas.
Um ciclo rígido porque sabemos que basta um dos elos falhar para a região ficar condenada à inércia económica e social. Se falharem serviços, se falharem pessoas, se falharem actividades económicas, o ciclo inverte-se. Logo, mais abandono, mais despovoamento, menos desenvolvimento.
É ai que a política entra, ou deveria entrar. Na ausência de pessoas que atraiam serviços (promovendo a normalidade do ciclo) o que fazer? Não fixar serviços e deixar a região entregue ao seu isolamento segregacionista e portanto ao abandono… Ou fixar mais serviços para promover a recuperação da dinâmica do ciclo?
É nesta fronteira que se fixa o interior e a interioridade. É preciso perceber se devemos fixar mais serviços para atrair mais actividades e mais pessoas; ou se devemos desinvestir em serviços e deixar tudo como está (ou pior) …
É nesta lógica que assentam as declarações da governadora civil de Castelo Branco, dadas na semana passada, na RCB. Alzira Sarrasqueiro diz-se, e contradiz-se (talvez pela irresponsabilidade das declarações), sobre as maternidades de Castelo Branco e da Covilhã. Afirma que uma delas terá, possivelmente, que encerrar. Ficámos a saber da agenda escondida para o distrito. Mas ainda bem que assim é… As populações do distrito sabem agora quais as intenções escondidas na penumbra da política e que luta têm de travar nos próximos tempos.
O distrito de Castelo Branco é dos distritos com uma área geográfica de maior dimensão, é um distrito extenso (na quarta fui da Covilhã a Vila de Rei e demorei duas horas de caminho…). É um distrito de realidades. Um distrito que vive no seio da interioridade mas que não quer, nem pode, estar condenado ao interioricidio. É por isso que a manutenção das maternidades no distrito é condição essencial e imprescindível ao salto que o distrito precisa de dar (que vai ter que dar!) se quiser reavivar-se no normal ciclo de desenvolvimento.
Covilhã e Castelo Branco, ambas com instituições de ensino superior, estão todos os anos a formar novos quadros: sociólogos, economistas, professores, engenheiros, psicológicos (etc) e até já surgem os primeiros médicos cá formados (como citava o JF à três ou quatro edições). É importantíssimo que parte desses quadros se fixe no distrito, arranjando emprego, criando família, tendo filhos: dando uma nova força ao desenvolvimento do distrito e das cidades do distrito.
Como é que podemos pedir aos novos formados do distrito que se fixem e façam vida cá, se nem uma maternidade próxima conseguimos garantir? Algum licenciado na Covilhã pensará em fazer vida e família na cidade quando tem a maternidade a mais de meia hora de distância? Quererá a nova geração de formados fixar-se num distrito onde é provável que os seus filhos nasçam na auto-estrada?
E isto para não falar das inúmeras vilas e aldeias dependentes dos serviços da cidade e que são o grande motor do equilíbrio geográfico e da não perda da identidade cultural dos concelhos…
Não vou por ai: por princípio sou absoluta e intransigentemente contra o encerramento de qualquer maternidade ou serviço público de saúde no distrito e na cidade da Covilhã.
Um compromisso sério com o desenvolvimento do nosso distrito é um imperativo moral a que haja grandes mobilizações contra esta lógica facilitista de corte nos serviços públicos essenciais e que são pedras basilares do nosso desenvolvimento. Poderá economicamente sair mais barato, sim. Em média e larga escala será um erro brutal, não só para a dinâmica económica e social do distrito como para o contributo que este distrito pode dar para a economia Portuguesa.
É por isso que a rejeição do encerramento de serviços de maternidade tem que ser um combate de todos: autarquias, associações, partidos: de toda a sociedade civil.
Num país solidário este não seria um combate exclusivamente local mas sim nacional. Mas como a maioria os Portugueses do litoral (especialmente os políticos) nem sabe onde Castelo Branco fica… Esse combate terá que ser nosso!
É ai que a política entra, ou deveria entrar. Na ausência de pessoas que atraiam serviços (promovendo a normalidade do ciclo) o que fazer? Não fixar serviços e deixar a região entregue ao seu isolamento segregacionista e portanto ao abandono… Ou fixar mais serviços para promover a recuperação da dinâmica do ciclo?
É nesta fronteira que se fixa o interior e a interioridade. É preciso perceber se devemos fixar mais serviços para atrair mais actividades e mais pessoas; ou se devemos desinvestir em serviços e deixar tudo como está (ou pior) …
É nesta lógica que assentam as declarações da governadora civil de Castelo Branco, dadas na semana passada, na RCB. Alzira Sarrasqueiro diz-se, e contradiz-se (talvez pela irresponsabilidade das declarações), sobre as maternidades de Castelo Branco e da Covilhã. Afirma que uma delas terá, possivelmente, que encerrar. Ficámos a saber da agenda escondida para o distrito. Mas ainda bem que assim é… As populações do distrito sabem agora quais as intenções escondidas na penumbra da política e que luta têm de travar nos próximos tempos.
O distrito de Castelo Branco é dos distritos com uma área geográfica de maior dimensão, é um distrito extenso (na quarta fui da Covilhã a Vila de Rei e demorei duas horas de caminho…). É um distrito de realidades. Um distrito que vive no seio da interioridade mas que não quer, nem pode, estar condenado ao interioricidio. É por isso que a manutenção das maternidades no distrito é condição essencial e imprescindível ao salto que o distrito precisa de dar (que vai ter que dar!) se quiser reavivar-se no normal ciclo de desenvolvimento.
Covilhã e Castelo Branco, ambas com instituições de ensino superior, estão todos os anos a formar novos quadros: sociólogos, economistas, professores, engenheiros, psicológicos (etc) e até já surgem os primeiros médicos cá formados (como citava o JF à três ou quatro edições). É importantíssimo que parte desses quadros se fixe no distrito, arranjando emprego, criando família, tendo filhos: dando uma nova força ao desenvolvimento do distrito e das cidades do distrito.
Como é que podemos pedir aos novos formados do distrito que se fixem e façam vida cá, se nem uma maternidade próxima conseguimos garantir? Algum licenciado na Covilhã pensará em fazer vida e família na cidade quando tem a maternidade a mais de meia hora de distância? Quererá a nova geração de formados fixar-se num distrito onde é provável que os seus filhos nasçam na auto-estrada?
E isto para não falar das inúmeras vilas e aldeias dependentes dos serviços da cidade e que são o grande motor do equilíbrio geográfico e da não perda da identidade cultural dos concelhos…
Não vou por ai: por princípio sou absoluta e intransigentemente contra o encerramento de qualquer maternidade ou serviço público de saúde no distrito e na cidade da Covilhã.
Um compromisso sério com o desenvolvimento do nosso distrito é um imperativo moral a que haja grandes mobilizações contra esta lógica facilitista de corte nos serviços públicos essenciais e que são pedras basilares do nosso desenvolvimento. Poderá economicamente sair mais barato, sim. Em média e larga escala será um erro brutal, não só para a dinâmica económica e social do distrito como para o contributo que este distrito pode dar para a economia Portuguesa.
É por isso que a rejeição do encerramento de serviços de maternidade tem que ser um combate de todos: autarquias, associações, partidos: de toda a sociedade civil.
Num país solidário este não seria um combate exclusivamente local mas sim nacional. Mas como a maioria os Portugueses do litoral (especialmente os políticos) nem sabe onde Castelo Branco fica… Esse combate terá que ser nosso!
1 comentário:
...pois:) um deputado do bloco de esquerda mestrado em geografia até pensava que belmonte era do distrito da guarda e seia do distrito de castelo branco...
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