(..)O rei, obcecado pelos mitos em torno do continente africano, em particular, da lenda de Preste João, monitorava de perto, as ações e atividades econômicas e militares de perto na África. Na verdade, Preste João era um mitológico príncipe cristão, que provavelmente vivia na Etiópia e era narrada sua existência, por mercadores árabes, judeus e mesmo europeus. Uma lenda antiqüíssima, já que a história era ouvida na Europa, desde o século XII. A sua primeira menção foi em 1145, quando um bispo do Líbano relatava a descrição de um reino cristão para lá da "Pérsia e da Armênia", cujo governante era um rei-sacerdote, descendente dos reis magos. O rei se chamava "João, o presbítero", e na linguagem franca da época, foi batizado, "père", ou pai. Daí a corruptela portuguesa do nome "preste", que deu fama ao estranho monarca. A lenda contagiou o imaginário europeu, porque era relativamente comum, antes da expansão árabe, comunidades cristãs coptas isoladas ao norte da África. O reino da Abíssinia era cristão, e, embora sofresse as investidas dos islâmicos, a sua fé original foi preservada. Em 1490, Dom João II mandou enviar dois emissários, Pero de Covilhã e Afonso de Paiva, para descobrir o suposto reino. Os leais espiões do rei cavalgam por terras cristãs européias, até partirem ao norte da África. Passam por Alexandria, no Egito e, disfarçados de mouros, chegam ao Cairo. Encantados com a rico comércio da cidade islâmica, compram camelos, cruzam toda a Península Arábica e chegam até a Meca. Os dois cristãos romanos, numa cena cômica, fingem dar graças a Maomé, para preservar a farsa. Eles se separam, e Covilhã pega o primeiro navio para as Índias, enquanto Afonso de Paiva vai para Abissínia. Planejam o reencontro no Cairo, para depois voltar pra casa. Quando Covilhã, depois de ter viajado para as Indias, volta para o Egito, para encontrar o amigo, descobre, por intermédio de um judeu português, o rabino José de Lamego, que Afonso de Paiva estava morto, vítima de uma peste. Covilhã faz um relatório apurado sobre as Índias para o rei e o envia, por intermédio do judeu Lamego, que volta pra Portugal.
Então desce para a África, até encontrar a Abissínia, e para seu espanto, encontra uma conunidade pequena cristã oprimida pelos islâmicos. Um imperador, de nome Alexandre, se declara descendente de Preste João, e recebe muito bem o aventureiro português. Covilhã se prepara para voltar a Portugal, em 1494, quando o rei abissínio morre e os cortesãos o obrigam a ficar no país. O costume da terra impedia que um forasteiro saísse do país e Covilhã, casado e pai de uma criança, acaba se casando com uma etíope. Recebe terras e escravos, tornando-se um dos homens mais poderosos da região. Em 1508, é elevado a conselheiro da nova rainha Helena e, em nome dela, manda um embaixador da Abissínia para Portugal. Em 1515, o frade Francisco Alves acompanha um séquito diplomático português à Abissínia, com o objetivo de criar vínculos políticos. Anos depois, este eclesiástico relatou a fantástica historia de Prestes João e de Covilhã, na obra "Verdadeira informação das Terras de Preste João das índias", publicado postumamente em Portugal,em 1540, "Segundo Vio e Escreveo ho Padre Alvarez Capellã del Rey Nosso Senhor".(..)http://oraculodamusica.blogspot.com/
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