«Nesta região, e nas condições actuais, não há campo para um casino. Falta um fluxo turístico regular para que o casino não se transforme numa sala exclusiva para os habitantes da região».Para Luís Patrão, presidente do Instituto do Turismo de Portugal (ITP), a região não tem neste momento condições para ter uma zona de jogo. Se a mesma viesse a ser criada neste momento, iria apenas servir os habitantes da região, o que, na sua opinião, seria «penoso em termos sociais».
«Em todas as regiões em que isso acontece, isso transforma o próprio casino num equipamento que não cumpre a função social», apontou o responsável, para quem o casino só deverá ser criado quando houver «fluxo, dinâmica e procura turística» que o justifiquem.
Daí adiantar que a tutela não está, por enquanto, interessada em avançar com um projecto nesta matéria para a região.
A falta de interesse do Governo pelo projecto da criação de uma zona de jogo na Serra da Estrela não agradou ao presidente da Câmara da Covilhã, um dos grandes defensores do casino. Para Carlos Pinto, o Governo «deve deixar-se de ter estados de alma e de se substituir à iniciativa privada», criticou, depois de ter sido confrontado com os comentários de Luís Patrão.
«Não sei que procura existe neste momento na zona de jogo em Vidago, nas Pedras Salgadas, ou em Tróia», respondeu o autarca, criticando o governo de estar a dar zonas de jogos aos grandes grupos como «moeda de troca para realizar investimentos». «Fez isso em Lisboa para arranjar entretenimento e divertimento naquela zona. Fez em Vidago para rentabilizar naquele local um hotel e fez também isso em Tróia para rentabilizar o investimento turístico», acusou o edil covilhanense.
A falta de interesse do Governo na criação da zona de jogo da Serra da Estrela foi, aliás, transmitida a Carlos Pinto durante o jantar comemorativa dos 50 anos da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), onde o assunto chegou a ser abordado durante a refeição com o secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, e com o presidente do ITP.
«Espero que não estejamos perante uma cedência apenas aos grandes grupos que já controlam as zonas de jogo», atirou o autarca covilhanense, depois de constatar que o executivo liderado por José Sócrates não dá importância ao projecto, que considera ser estruturante para o desenvolvimento do turismo na região.
Uma atitude que Carlos Pinto não compreende, tanto mais que o Governo é participante de um projecto global de turismo para a Serra da Estrela. «Como investe pouco no interior do país, deveria dar-nos a possibilidade de buscarmos recursos a privados», aponta.
Kaminhos
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