sábado, maio 09, 2009

Empresário da Covilhã recua na dispensa de 29 trabalhadores e aceita "suportar prejuízos"_Industrial justifica-se com ganhos noutras áreas

Por Lusa

Um empresário têxtil da Covilhã anunciou que, apesar de a sua empresa "registar prejuízos", vai manter os trabalhadores a prazo que hoje terminavam contrato, por entender que, na crise, o sacrifício deve ser de todos e não só dos operários.

António Lopes, proprietário da fábrica têxtil Fiper, no Teixoso, vai manter os 29 trabalhadores com contratos a prazo que hoje teriam o último dia de trabalho, apesar da fábrica - que emprega 50 pessoas - estar "a registar prejuízos todos os meses"

O industrial justifica-se com ganhos noutras áreas de negócio para evitar a dispensa que já tinha comunicado aos trabalhadores.

"Sei o que estes dramas representam dentro de casa. Já fui trabalhador, dirigente sindical e já os vivi. Penso que agora, em tempo de vacas magras, também devo empobrecer um pouco", afirmou à Agência Lusa.

Por outro lado, como o fecho de algumas fábricas do sector, "a Fiper é das mais bem equipadas no ramo da fiação com acrílico, lã e poliéster. Por isso, tenho esperança que as coisas acabem por mudar", acrescentou.

Em três anos, a fábrica acumula um prejuízo de um milhão de euros, disse António Lopes, que anteriormente esteve no ramo das obras públicas e abriu parte dos túneis da ilha da Madeira com a sua empresa Tecnorocha, que vendeu em 2000 por 35 milhões de euros.

"Ainda ontem [quarta-feira] vendi terrenos e tive uma margem razoável de lucro, que nos deu alguma liquidez e contribuiu para a decisão de passar toda a gente a efectivos", sublinhou.

Na Fiper, os pagamentos "estão em dia". "Devemos 100 mil euros às Finanças, que vamos pagar quando pudermos. Até porque também temos dinheiros a receber", disse.

"Continuam a executar-me e falam em processo-crime. Eu já lhes escrevi e disse que, neste cenário, irei para a cadeia com gosto. Mas que sejam eles a fechar a empresa", afirmou o industrial da Covilhã.

Questionado sobre até quando admite acumular prejuízos na Fiper, o empresário disse: "O futuro a Deus pertence. Eu vou tentar aguentar tanto quanto possível e os despedimentos serão a última coisa possível".

Para Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, o recuo na dispensa de trabalhadores da Fiper "é uma boa notícia" no contexto actual, mas não comenta os prejuízos de que fala o empresário.

"Sobre isso não faço comentários, ele é o empresário e cada empresa tem o seu equilíbrio", disse o sindicalista, acrescentando que "a solução de despedimento é por vezes uma solução perversa: despede-se porque há prejuízos, depois o trabalho já não é feito e os prejuízos continuam".

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5 comentários:

  1. Anónimo4:57 a.m.

    O mineiro armado em bom samaritano.
    Este sabe tralha, anda sempre com água no bico...

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  2. Anónimo5:58 p.m.

    Saiba ou não tralha, ande ou não com água no bico... foram 29 pessoas que ficaram com posto de trabalho...

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  3. pois, pois...
    vamos ver até quando!!? Vendeu terreno!? a quem!? deixa lá passar o que interessa para fora da empresa e depois vão ver o destino dos trabalhadores

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  4. Anónimo11:14 a.m.

    Olhando bem a cara deste empresário vê-se que estamos em presença da beatificação em pessoa.
    Se o Bento o vê, olha; mais um Condestável para a história de Portugal.

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  5. Anónimo8:49 a.m.

    NA TERRA DELE JÁ NÃO FAZ MILAGRES,BLA,BLA ,BLA, PROMESSAS POR CUMPRIR

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